Os
estudos de gênero têm o seu impulso com o movimento feminista, que fez emergir diversas outras questões, como é o caso do machismo, do patriarcado, da
divisão sexual do trabalho, dos preconceitos, da violência contra a mulher, da visibilidade LGBT, dentre
outros assuntos. Deste modo, estudar gênero não é apenas compreender o ser
humano, mas sim compreender este ser humano inserido em diversas relações que
já estão ou são construídas. Ultrapassando a falsa ideia de que se limita
apenas ao empoderamento feminino.
"Gênero" exerce um poder muito maior do que se possa imaginar, talvez por isso o seu
estudo seja tão temido por determinados grupos sociais. Estudar gênero e
compreendê-lo, é também compreender o homem, a mulher, e as construções sociais
que lhe são impostas e norteiam toda a sua vida.
O
estudo de gênero proporciona uma arma extremamente temida: o questionamento.
Por que é atribuído às mulheres o instinto maternal? Por que o homem tem que
provar constantemente a sua masculinidade? Por que para o homem é “normal”
trair? Por que o gay é considerado uma abominação? Por que há uma determinação
de vestuário, comportamento e relacionamento? Por que a mulher jogadora de
futebol não é tão aplaudida quanto o homem jogador de futebol? Por que as
mulheres estão em bem menos quantidade na política? Por que os homens sensíveis
são discriminados? Por que somos chamados de homens e de mulheres? Por que há
uma polarização de gênero? Por que há uma separação de sujeitos? Por que há
hierarquização de pessoas?
Está
vendo?
É
perigoso questionar, por isso é temido o estudo de gênero. No momento em que o
sujeito cresce sabendo do que se trata a sua existência e questiona o que lhe é
imposto ele detém uma arma que pode quebrar um sistema vigente e lucrativo. E
por esse mesmo motivo que o estudo é tão necessário, para que os indivíduos cresçam sabendo em que mundo vivem e com total capacidade de colocar abaixo o
preconceito, a discriminação, o discurso de ódio e, consequentemente, a
violência e a morte.
Diga
sim para a implementação do estudo de gênero nas escolas. Não é uma
doutrinação. Não é uma apologia. É conhecimento. É quebra de preconceito. É
necessário.
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