Tomada como padrão, a heterossexualidade promove não apenas a violência física, mas também a violência simbólica contra quem se desvia da norma
Por Leandro Colling
A
proposta do dossiê desta edição é pensar sobre como os preconceitos para com as
sexualidades e gêneros dissidentes impactaram e ainda impactam o
desenvolvimento cultural de nossa sociedade. Como e em que medida esses
preconceitos impedem o nosso desenvolvimento cultural? Como é possível perceber
isso em diversas áreas? O que perdemos ao recusar o aprendizado possível com as
diversidades e dissidências sexuais e de gênero existentes ao nosso redor? Que
colaborações essas diversidades e dissidências oferecem para pensarmos, de uma
forma ampla, a nossa cultura?
Tendo
essas perguntas em mente, convidamos quatro pessoas com reconhecida produção na
área para escrever os textos que integram este dossiê. Denilson Lopes escreveu
sobre a recente produção cinematográfica brasileira e de como, através dos
afetos, encontros e de outros laços, é possível aprender sobre o que as pessoas
preconceituosas perdem em suas vidas, a exemplo de outras formas de estarmos
juntos, outros encontros e outras subjetividades.
Berenice
Bento, a partir do caso da travesti
Verônica Bolina, defende que a transfobia, além de matar, nos revela sobre as
mortes pelas quais nós choramos e propõe a tipificação do crime de
transfeminicídio em diálogo com os elementos estruturantes do feminicídio. Mostra
também como exigimos que todas as pessoas sigam plenamente uma suposta
coerência entre genitália (sexo) e gênero.
Enquanto
isso, André Musskopf reflete sobre religião de uma forma
diferente da que temos visto nos últimos tempos. Em vez de se concentrar em
críticas aos fundamentalistas, ele propõe uma teologia indecente a partir de
experiências que já existem, analisadas e descritas em seu livro Via(da)gens teológicas. Por fim, Rogério
Junqueira disseca a escola, essa fábrica produtora de uma cultura que
insiste em não reconhecer e aprender com as diferenças.
LEIA O DOSSIÊ COMPLETO NA EDIÇÃO 202 DA REVISTA
CULT. JÁ NAS BANCAS!
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