Vocês já se perguntaram
quanto o preconceito rende para instituições que se promovem em cima do
discurso de ódio? O que seria de figuras como Silas Malafaia, Bolsonaro e Marco
Feliciano? De que se alimentariam esses personagens?
Eles são os rostos mais
conhecidos quando tentamos juntar “religião” e “política”. Mas será que eles
estão mesmo praticando alguma dessas atividades? Ou talvez estão sendo apenas símbolos
do desejo seboso incrustado nos peitos preconceituosos dos brasileiros? E, de
quebra, enricando com isso.
O preconceito virou uma
verdadeira indústria, de fácil manutenção e extremamente lucrativa. Primeiro
porque não há muita burocracia para se abrir uma vertente da “igreja evangélica”,
recebendo apoio notório do Estado (nada) laico. Segundo porque basta uma sala e
uma caixa de som, o resto do trabalho é realizado por um homem, com domínio da
oralidade e conhecimento do livro sagrado. Basta apenas isso para que a palavra
de Cristo seja distorcida aos quatros ventos, como forma de justificar as posturas preconceituosas.
Vocês já se perguntaram
como um pequeno grupo de pessoas que começam apenas dessa forma em pouco tempo
conseguem construir um “templo sagrado”?
A resposta é simples:
os bons oradores falam exatamente o que seus fieis querem ouvir. Mas a palavra
de Cristo nunca foi e nunca será aquilo que você quer ouvir, isso se chama
manipulação. Exemplifiquemos:
Para condenar a prática
homossexual se utilizam do Livro Levítico que diz “quando também um homem se
deitar com outro homem, como uma mulher, ambos fizeram abominação; certamente
morrerão; o seu sangue será sobre eles”, sem maiores interpretações dessa
passagem, visto que cabe várias, desde o teor machista, até o desconhecimento
da prática em si, passemos para mais dispositivos que hoje são praticados diariamente
por todos, mas que não são lembrados:
- Não comer carne de
porco (Levítico 11:07)
- Não comer alguns
frutos do mar (Levítico 11:12)
- Não comer fruta da
árvore com menos de 3 anos (Levítico 19:23)
- Não fazer cruzamento
de raças de animais (Levítico 19:19)
- Não semear a terra
mais do que sete anos (Levítico 25:04)
- Não usar vestimentas
com fios diferentes (Levítico 19:19)
- Não cortar o cabelo
(Levítico 19:27)
- Não raspar a barba
(Levítico 19:27)
- Não fazer tatuagem
(Levítico 19:28).
Imagine se todas essas
práticas fossem (hoje, como era quando escritas) tidas como abominação, será
que alguém escaparia?
O comprometimento com o
texto sagrado é seletivo?
A resposta é simples:
as pessoas não leem, não interpretam, não tiram sequer um minuto para pensar,
são apenas fantoches da indústria do preconceito, em que se dá por satisfeitas
em depositar os 10% do seu salário, na ilusão de que aquilo é a punição para os
pecados que cometem diariamente. Ou apenas buscam nessas instituições "religiosas" a justificativa para a sua postura preconceituosa perante os seus iguais. No fim, o objetivo é o mesmo: juntar o útil ao agradável para alcançar a paz de espírito; enquanto, aqueles que sofrem com seu discurso, são mortos.
Amém? Amém!
Ou, apenas, amem. Sem acento.
Amém? Amém!
Ou, apenas, amem. Sem acento.
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