“Apaixonar-se: Uma forma socialmente
aceitável de insanidade”
Essa
é uma das frases mais marcantes diante de tantas outras que estão no filme
“Her” (Ela) de Spike Jonze, que conta a história de Theodore Twombly (Joaquin
Phoenix), um escritor de cartas a mão para um site e que o faz da forma mais
sensível possível. Theodore lida com um ex-casamento, conciliando sua vida com
pornografia, vídeo-games e solidão, até que conhece Samantha, um sistema
operacional (SO1), pelo qual se apaixona. É até estranho cogitar a ideia de um
humano se apaixonando por um computador e pode até soar clichê ao comparar com
a história do cinema, no qual já nos deparamos com alguns desses casos. Mas
“Her” é diferente, Samantha não é apenas um sistema operacional, ela é uma
verdadeira máquina de sentimentos e envolve Theodore a um universo de
vulnerabilidades. O filme mostra uma sociedade rodeada de tecnologia, que no
primeiro momento separa os sujeitos, e em outra tenta corrigir a falta de
interação social criando mecanismos de contato, unindo, cada vez mais, o homem
à máquina, e essa união é realizada com tanta excelência que em certo momento
acabamos esquecendo que a relação posta não está sendo concretizada com dois
humanos. Diante das crises pela qual a sociedade moderna passa, a solidão sem
dúvidas é o que assola a humanidade, as pessoas esquecem como amar, como
interagir, os sentimentos se atrofiam, a falta de paciência de lidar com os
problemas é iminente e o ato de se apaixonar é apenas para os bravos, sendo
esta a insanidade da contemporaneidade. Recheado de sentimentos profundos,
“Her” é um filme triste, que retrata com perfeição o interior do sujeito
contemporâneo.
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