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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Primeiro disco de Liniker "Remonta" acaba de sair

Gabriel Quintão/Divulgação
Na primeira audição do disco Remonta, Liniker não poupa sorrisos. “É como uma criança vindo ao mundo, tô trabalhando nessas composições desde os meus 16 anos”, diz aos presentes com um misto de alegria e nervosismo. Ela, que completou 21 há dois meses, conta que queria muito uma obra à altura do que o grupo sonhou e também da expectativa do público. O álbum foi lançado para o público nesta sexta e já está disponível em diversas plataformas (Spotify, Deezer, Google Play, Apple Music, entre outras). Logo mais chega o CD físico — e ainda há previsão de vinil para o fim do ano.

Rafael Barone, diretor musical e baixista, é um dos que agradecem às pessoas que apoiaram o financiamento coletivo de Remonta. A arrecadação, feita entre junho e julho, passou de R$ 104 mil — a meta era R$ 70 mil. O EP Cru, ele lembra, foi feito com R$ 200.

Lançado em outubro de 2015, Cru tem três canções e catapultou o trabalho de Liniker e Os Caramelows para um grande público. O negócio estourou pra valer. As três também estão em Remonta, mas Barone me conta que foi unânime a decisão de repaginá-las. Por exemplo, a mais dançante do EP, “Louise du Brésil”, ganhou o sax inconfundível de Thiago França.

As demais canções, que já vinham sendo apresentadas nos shows do grupo, também foram remontadas em arranjo e espírito. Prova disso é a extensa lista de convidados: Tássia Reis, Xênia França, Tulipa Ruiz, Assucena Assucena e Raquel Virgínia (ambas da banda As Bahias e a Cozinha Mineira), Aeromoças e Tenistas Russas, e parte do Bixiga 70 (Daniel Gralha, Daniel Nogueira e Cuca Ferreira).

O guitarrista William Zaharanszki aparenta entusiasmo após o público ter escutado as 13 faixas. Conheceu o pessoal da banda por acaso, antes de Cru, quando rumava por uma carreira na área do Direito. Aí abraçou a música. Ele me diz que a gravação do álbum foi rápida, coisa de uma semana, e que o grupo deixou de lado outras partes da vida para mergulhar de cabeça no projeto.

A primeira faixa é uma introdução instrumental. A voz de Liniker só aparece na música seguinte, e é à capela. Logo aí quem tá ouvindo percebe o som “classudo” que está por vir, como Barone gosta de definir a cara de Remonta.

Veja o papo que a Bravo! teve com Liniker:

Dá pra dizer que desde o lançamento de Cru, no fim do ano passado, a vida de vocês mudou totalmente. Você já parou pra pensar em tudo que aconteceu de um ano pra cá? Você pira nisso às vezes?

Eu acho que já era um processo em que tava todo mundo trabalhando há muito tempo. Eu já tava trabalhando nesse meu sonho desde os 16, o pessoal da banda também, então é uma coisa que aconteceu porque eu acho que tinha que acontecer, sabe? É tempo, é momento e é muito orgânico como tudo aconteceu. É muito orgânica também a relação que as pessoas tiveram com o nosso trampo, como chegou em cada pessoa e como elas se apropriaram disso. Então, acho que as mudanças desses 12 meses é ver o quanto de verdade tem tudo isso. Não é um privilégio, é um trampo que a gente tá fazendo de muito tempo. Eu sou muito de aterrar nosso pé no chão cada vez mais, saber que isso acontece porque tem essa troca direta com as pessoas, porque a gente tá falando o que a gente tá sentindo.

Pouco antes da gravação teve o falecimento da Bárbara [Rosa, backing vocal do grupo]. Como isso afetou o disco?

A Bárbara foi pro tempo, mas é uma pessoa presente na nossa vida sempre. A gente sabe que ela tá olhando onde quer que ela esteja e que com certeza ela tá bem. Foi um lance de muita coisa, né? Show, o disco vindo, antes de entrar no estúdio, essa perda muito grande. É um processo de remontar, pegar tudo isso, guardar onde tem espaço dentro da gente e transformar isso em coisas boas. A Bá é uma pessoa muito presente pra gente. E ela estudava comigo no colegial, então tem toda uma relação de antes. Ela viveu aqui todos os momentos possíveis, foi feliz em todos os momentos, foi uma motivação muito forte pra gente. Ela tá aí.

Pra você, o que é sucesso?

Sucesso? Eu não tenho uma definição, não sei, não tenho mesmo. Acho que no nosso lance não é o sucesso que acontece, sabe? É essa troca verdadeira, é o que me vale. O que me vale com as pessoas é muito mais a troca que eu tenho com elas do que falarem que eu sou uma cantora famosa, uma cantora de sucesso. Tudo que acontece tem um propósito.


FONTE BRAVO!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Os injustiçados - A censura à música brega na Ditadura Militar

Wando
Censura à música brega na ditadura militar: quando falamos em censura na música brasileira durante a ditadura, os primeiros nomes que nos vêm à cabeça são os de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. No entanto, um outro grupo, igualmente importante para a cultura nacional, também fora extremamente perseguido, e não apenas pelo governo, mas também pela própria sociedade: os cantores de música brega. Por serem considerados como cantores do povão, de valor desprezado por muitos críticos e historiadores musicais, pouco se fala a respeito da censura política e social que esses artistas, verdadeiros cronistas do cotidiano amoroso, sofreram durante o regime.

Um apartheid musical

Paulo César de Araújo, autor da biografia censurada de Roberto Carlos, também é o autor da obra Eu Não Sou Cachorro Não, que fala justamente sobre a censura à música brega na ditadura militar, a perseguição que os cantores de música brega sofriam durante o regime. Segundo o historiador, “A memória construída sobre o período só valorizou a resistência dos cantores da MPB. No entanto, cantores como Odair José, Nelson Ned e Wando também foram proibidos, e isso se deveu não apenas a uma censura política, mas também a uma censura moral, visto que não se podia falar de cama, de pílula, de sexo”. E foi principalmente essa a censura que os cantores bregas sofreram.
Odair José
As músicas do radinho da empregada, como eram conhecidas as canções românticas, provocavam verdadeiras revoluções comportamentais via FM. Em plena década de 1970, quando questões como o divórcio ainda eram mal vistas, quem teria coragem para falar sobre o amor de um homem por uma prostituta? Quem falaria sobre a virgindade ou sobre o adultério? Eram os cantores populares que tocavam nesses tabus e, como conta Araújo, havia um apartheid na música brasileira: a canções consideradas cafonas eram para o povão, enquanto a MPB era consumida pela classe média.
A maior parte da produção dos cantores populares dizia respeito ao amor e à sexualidade. Eram, e ainda são, cronistas do amor, escrevendo, em forma de música, sobre os dilemas, os desejos, as aventuras e desventuras do que acontece entre quatro paredes e, principalmente, dentro do coração. No entanto, apesar de falarem sobre assuntos que faziam parte da vida de qualquer pessoa, a censura à música brega na ditadura militar foi barra pesada, principalmente para Odair José.
“Odair José foi um dos cantores mais censurados da música brasileira, e não apenas da música brega”. Como conta Araújo, o cantor gostava de tocar em temas tabus, porque sabia que a sociedade precisava discutir esses assuntos, que não adiantava fechar os olhos para questões que eram importantes.
Um dos episódios mais emblemáticos de censura ao cantor é o da música Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula). Na época, então no ano de 1973, o governo brasileiro desenvolvia uma campanha de natalidade, que estimulava o uso da pílula entre os mais pobres, pois -quanta ignorância!- o Estado acreditava que o nascimento de filhos de pessoas pobres era a causa da pobreza no país. A pílula era distribuída principalmente nas periferias da região Nordeste, e a iniciativa havia sido financiada pelo Banco Mundial. “Nesse contexto, auge da ditadura Médici, quando havia cartazes espalhados dizendo ‘Tome a Pílula Com Muito Amor’, surge uma música no rádio, de sucesso estrondoso, dizendo ‘Pare de Tomar a Pilula’. A canção de Odair José foi considerada como um ato de desobediência civil e foi proibida de ser executada nas rádios, mesmo depois de já ter sido lançada”, conta Araújo.
E não foi só o governo que se opôs à canção. Apesar de ser contra o uso da pílula, a Igreja achava que a música ajudava a divulgar o uso do anticoncepcional, e também a censurou. Grupos conservadores de classe média também se opuseram, pois consideravam que esse era um assunto que não deveria ser tratado de maneira tão explícita.
“Um outro caso emblemático, também com o Odair José, é o da canção Em Qualquer Lugar que dizia ‘Em qualquer lugar a gente se ama, dentro do meu carro, embaixo do chuveiro, no jardim’. Essa canção, mesmo tendo sido gravada, não conseguiu ser inserida no disco. Apesar de ser uma letra que não tem nada de mais, para a época aquilo era uma afronta, e a censura, inclusive, escreveu: ‘A música relata um casal fazendo sexo como dois animais’. Embora Odair tenha recorrido e modificado a letra, a canção foi inteiramente proibida”.
Mas os bregas também falavam de política e, obviamente, também tinham que driblar a censura para isso. Luiz Ayrão, em 1977, lançou a canção O divórcio, que, de maneira muito inteligente, usava a metáfora da separação amorosa para falar sobre a insatisfação com o regime imposto em 1964: “Treze anos eu te aturo/ Eu não aguento mais/ Não há Cristo que suporte/ Eu não suporto mais”.

Senhora dos absurdos

A ditadura foi capaz de censuras que não tinham o menor fundamento. Waldick Soriano, cantor de boleros românticos, teve a música Tortura de amor censurada apenas por incluir a palavra “Tortura”, sendo que a letra não tinha nenhum conteúdo político, mas apenas amoroso: “Hoje que a noite está calma/ E que minh’alma esperava por ti/Apareceste afinal/Torturando este ser que te adora”. Eram tempos de rigidez, mas não se pode cometer a injustiça de imaginar que a música brega não foi atingida. Um dos gêneros musicais mais importantes do país foi censurado sim, e isso dura até os dias de hoje. Afinal, a ditadura pode ter passado, mas grande parte da sociedade ainda torce o nariz para as letras populares, para a arte de cantores cujo grande pecado é falar sem pudores sobre amor.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

[Postagem do Dia] ANAVITÓRIA


Depois de algum tempo sem escrever nessa vertente, hoje resolvi trazer música para o ACOMPANHA CAFÉ, e nada melhor do que retornar com a dupla ANAVITÓRIA, formada pelas garotas Ana Caetano (20) e Vitória Falcão (19), da cidade de Araguaína, no Tocantins. Elas cantam o gênero “pop rural”, apesar de não ser uma limitação, apresentando composições próprias e covers de alguns artistas.

O que mais chama atenção na dupla é o envolvimento mútuo de quando estão cantando, que acaba por envolver também quem escuta e assiste os seus vídeos. Além da voz doce e amena que transmite bons sentimentos. O que explica o sucesso instantâneo quando um dos seus vídeos foi divulgado pela página Brasileiríssimos (página de Facebook com mais de 4milhões de curtidas) e, em dois dias, já tinha mais de um milhão de visualizações.

Para compreender, só escutando, abaixo alguns vídeos e as páginas do Facebook e Canal do YouTube:

ANAVITÓRIA - Singular


ANAVITÓRIA - Nós



Canal no YouTube

Facebook

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Acompanha Café: Novos Contornos



O blog se iniciou a pouco mais de um ano, tratando exclusivamente de música, literatura, cinema (acerca dos mais diversos temas), bem como novidades da internet nessa linha. A partir de agora o “Acompanha Café?” está voltando com uma nova roupagem, ainda com o viés cultural, porém em associação à temática de gênero e sexualidade, como forma de amadurecimento dos estudos e afinidade da autora. Desde a publicação de textos de minha autoria, bem como de autoria de diversos outros, seja já autores consagrados na temática ou iniciantes no estudo. A dinâmica da página continuará a mesma: publicações constantes, recebimento de sugestões, críticas, sempre aberto ao debate. O objetivo desse novo rumo é de tornar o espaço (antes exclusivo ao entretenimento) um motivador do debate e do pensamento crítico acerca de um tema de tamanha relevância. Para tanto, começarei com Michel Foucault, a História da Sexualidade, em uma explanação mais superficial, mas que objetiva o aprofundamento pessoal. Abaixo, estão links dos três livros da coletânea "História da Sexualidade" para o download, em breve comentários acerca de cada um.


terça-feira, 28 de maio de 2013

A Suavidade de Ana Larousse


Dessa vez não começarei a postagens como tantas outras vezes comecei, a cantora Ana Larousse merece mais, as suas particularidades exige mais do que o “comum”, mais importante do que saber a tua idade e de onde vem, é entender do teu jeito, das tuas manias, então... Com as palavras da mesma, entenda um pouco o que se passa em sua vida “Muitas sardinhas, alergia a gatos, lavanda pela casa toda e uma coleção de coringas de baralho. Sempre sonho que a Gestapo está vindo me prender, tenho medo de avião e de multidões, é difícil me tirar de casa, gosto de viajar sozinha, não leio jornais porque não sei lidar com notícias feias. Bebo chá o dia todo, acho maluco existir, gosto de desenhar janelas e nuvens, já tive banda punk, guardo palitos queimados de volta na caixinha e sou doidinha por mapas e dicionários. Coleciono tempestades, vulcões e histórias de amor”. A cantora iniciou o seu lado artístico muito cedo, com apenas 10 anos já estudava violão e pouco tempo depois já estava exteriorizando as suas primeiras composições. Aos 19 invadiu a romântica Paris. O seu disco “Tudo Começou Aqui” é acobertado de uma intimidade sem fim, com dedicação exclusiva àqueles que são tomados de solidão e partidas. Suas melodias e letras nos invade e faz nossos corações chorarem, não apenas pela suavidade e delicadeza, mas, ainda mais, pela identificação que encontramos na dor das suas palavras.

Baixe aqui o seu álbum

terça-feira, 14 de maio de 2013

Alpine


Da Austrália para o mundo. A banda surgiu em 2009 e em agosto de 2010 já começaram a lançar singles que conquistaram diversos fãs no seu país de origem. Atualmente, já invade o mundo e seus vídeos são uma explosão de visualizações. Alpine utiliza em seus clipes não apenas seus sons envolventes, mas a mistura com o modo de gravar e o conjunto de imagens nos levam para outro mundo. Um mundo que se faz tão singular que é possível uma só pessoa retirar diversas interpretações de um simples gesto. E é isso que mais chama atenção, não é necessário nada escandaloso na banda, pelo contrário, eles abusam dos pequenos toques para chamar as maiores atenções para si. O clipe “villages” é uma prova disso quando já ultrapassa os 2 milhões de views. Entretanto, o clipe que mais prendeu a atenção foi “hands”, em que mostra em imagens o psicológico afetado pela prisão, quando as necessidades são postas sobre a mesa e as atitudes afetadas por essa “prisão” começam a vir a tona, como o tédio, os gestos grotescos, a ira, a luta por sobrevivência, o “deixar de lado” a ética e o cuidado consigo mesma e, por último, a expressão simples e forte do prazer. A banda australiana traz consigo diversos motivos para que se deem breves momentos de atenção até que nos apaixonemos pela banda. Confira abaixo o clipe “hands”:




segunda-feira, 6 de maio de 2013

Clarice Falcão, Monomania



O blog “acompanha café?” foi estreado falando justamente de Clarice Falcão, nada melhor do que ela para dar um pontapé nos trabalhos. Juntamente com alguns outros artistas, Clarice foi a revelação do ano de 2012. A atriz, cantora e roteirista, cativou uma gama de fãs com o seu jeito simples de fazer música, de fazer arte. Foi brincando com as palavras que ganhou espaço no cenário musical. Atualmente, o seu canal no youtube chega a quase dez milhões de visualizações, três vezes mais em relação a primeira postagem, não resta dúvidas do seu sucesso. Hoje, a pernambucana lança o seu álbum, que recebe o nome da sua música mais famosa Monomania, a estreia será no seu primeiro show como cantora, no Solar Botafogo, no Rio de Janeiro.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Santanna, o Cantador


Santanna é nordestino de Juazeiro do Norte, no Ceará, nasceu em 29 de fevereiro de 1960. O cantador mais romântico já visto teve como inspiração para adentrar no pé de serra, o eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que conheceu em 1984, tornando-se amigos. Estreitou laços e aprendeu muito com Gonzaga, fazendo diversas participações em seus shows, bem como realizando as aberturas e vocal. Apenas em 1992 tomou a cantoria como sua profissão. Pois bem, não resta dúvidas pra quem conhece o seu trabalho, que o cantador não fica nada por trás do talento do Rei do Baião, inclusive quando se trata das suas composições. Santanna deposita nas letras das suas músicas o romantismo, o sofrimento, os mais aventurados casos de amor, nos levando pra perto de quem amamos só de escutar. O poeta já é eterno no coração dos fãs e na história do forró pé de serra, merece todo o respeito do mundo, porque fiel, como ele, à boa música brasileira, poucos são. Eterno, Santanna. 

Me Dá Meu Coração - O Cantador:




segunda-feira, 8 de abril de 2013

Tiago Iork


Tiago Iork é cantor e compositor brasileiro, invadindo outros mundos com apenas 10 (dez) anos de idade, quando se mudou para a Inglaterra e lá permaneceu por mais 5 (cinco) anos. A primeira vez que foi realmente notado no cenário musical foi quando se apresentou cantando a música “Scared”, no festival de música da PUC-PR, no período que estudava publicidade. Em 2009 ganhou ainda mais notoriedade quando regravou “My Girl” e a mesma teve espaço em um novela de Manoel Carlos “A Vida da Gente”, sem falar as diversas músicas que estiverem presentes em Malhação. Tiago se apresenta para o mundo com uma voz suave, quase como uma mão macia a nos alisar o rosto, um olhar melancólico de vago, composições e interpretações de doer a alma que até nos faz lembrar do folk. Escutar Iork não é apenas ligar o som e ter uma melodia qualquer, mas sim encarar uma realidade ímpar, uma tristeza infinda, um coração apaixonado despedaçado em mil, e entre olhares e mais olhares nós podemos desvendar o mundo. Para quem ainda não conhece o trabalho do cantor, vale a pena conferir.

Tiago Iork em Tempo Perdido





quinta-feira, 4 de abril de 2013

Nando Reis - Entrevista


Revista Cult entrevista Nando Reis:

Como foi o processo de produção de Sei?
Gosto de gravar fora de São Paulo, porque para mim gravar um disco é um processo de imersão. É um tempo em que eu gosto de me afastar fisicamente da minha casa e das minhas atividades mais prosaicas e ordinárias, como filhos e telefonemas. É como se fosse uma viagem intergaláctica.
O Jack Endino, produtor com quem eu já trabalhei em discos dos Titãs e no meu segundo disco solo, mora em Seattle. E eu queria ter essa experiência de levar a banda pra lá, gravar no estúdio dele, de me descontextualizar para poder me recontextualizar.
Existe alguma mensagem que você quer passar com o disco?
Não trato a música com esse conceito de mensagem. A forma como as pessoas se relacionam com a música depende ou estabelece uma relação de liberdade, de interpretação.  Não há nenhum código que eu queria fixar na cabeça das pessoas. Simplesmente faço as músicas de acordo com aquilo que sinto, na forma como gosto de escrever, sobre os assuntos que gosto. Depois disso, as pessoas fazem com ela o que bem entender.
Quais foram as dificuldades em gravar um disco independente?
As facilidades que eu tinha de ter uma gravadora cuidando da parte financeira, pagando estúdio e aluguel, foram substituídas por outras. Não acho que seja muito diferente. Gravar um disco é sempre uma coisa doida e prazerosa. O que teve de mais novo foi a venda pela internet.
Estamos chegando a dez mil cópias, que é um número bastante significativo para mim porque são dez mil unidades que estão na casa, ou sei lá onde, de dez mil pessoas que querem realmente comprar. É muito mais do que o número em si, mas o fato de ter gente que se interessa e que se dispõe a estar junto comigo desta nova forma. Estou muito feliz.
Fora que é um barato ver as possibilidades de continuar a vender discos, porque é o que eu faço. Me preocupa o fato de não ter discos sendo vendidos. Eu não me refiro apenas ao disco físico, porque parece uma coisa nostálgica, mas a aquela ideia que a música tem quando colocada em um disco. A ordem das músicas, a capa. É muito mais do que simplesmente baixar a musica de que você gosta.
É por esse motivo que você não disponibiliza o download das músicas no seu site?
Eu acho que as pessoas podem baixar a música e fazer o que elas quiserem, mas que elas deem seus pulos. Defendo a ideia de que o disco é mais interessante. O que eu faço é isso, o que eu tenho para oferecer é isso. Quem quiser simplesmente uma musica, se vira.
Qual das quinze faixas é a sua preferida?
É sempre difícil dizer isso porque eu me sinto traindo as outras. É como se você me perguntasse de qual dos meus cinco filhos eu gosto mais. Mas tem uma faixa que eu amo que é a “Pré-sal”, que abre o disco. Ela é uma faixa longa, de sete minutos, em que o assunto é, aparentemente, hermético e cheio de códigos.
O título foi dado pela minha irmã, e é como se falasse aquilo que é a pré-consciência, são fatos da minha própria infância. E a música tem um tipo de furor que eu acho adequado  para musicas de abertura. Sou louco pelas musicas que abrem os discos. Acho que das musicas de abertura que já fiz, ela é a que mais me agrada.
Por que o nome Sei?
É o nome de uma música que eu adoro, ao mesmo tempo em que tem uma ideia de que é uma afirmação e é muito menos do que isso. É aquele “sei” que você diz quando está conversando com outra pessoa e acaba sendo impactado por uma quantidade de novidades, informação. Eu gosto desse nome.
Como você avalia a produção independente brasileira?
Não é porque eu gravei um disco independente que eu mudei de time. Até porque as gravadoras nunca foram minhas adversárias. Todos os discos que eu fiz com elas são muito importantes. Não é uma disputa. O que eu gosto na independência é a liberdade.
No meu caso, por exemplo, foi a liberdade conquistada de vender o meu disco. Porque eu gravei discos que não estão nem em catálogo, não são fabricados e não estão nem em lojas – na verdade, quase não há lojas para isso. Não posso ficar satisfeito enquanto há uma crise. As indústrias dizem que as pessoas não compram discos e eu pergunto, como vão comprar se os discos não são fabricados?


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Guido



A banda foi formado em 2007, no interior de São Paulo, com o nome inicial de “Catavento”. O projeto, que surgiu de forma despretensiosa, tinha como objetivo tocas em repúblicas e festivais; entretanto, um dos integrantes da banda, o Lucas Guido, começou a compor e modelar a banda como algo grande, de composições próprias. Podemos observar no trabalho da banda, um dos três mais agradáveis estilos musicais: o rock, jazz e folk. Adequados numa harmonia sem tamanho, que vem acompanhado de um gostinho de interior e espontaneidade, com letras embriagadas de sentimentos profundos e sofrimentos, quase que nos perdemos nas músicas, escutá-las é ver nossa vida ali, passando pela voz, baixo e guitarra de Guido. O primeiro trabalho autoral do grupo vem intitulado de “Triste Cru”, gravado ano passado, apesar de vir com um tom mais metrópole, ainda nos resta aquele gostinho do interior que nos fazem se sentir em casa. Vale a pena dar uma conferida.


Clipe - Amém


quinta-feira, 21 de março de 2013

Filarmônica de Pasárgada


A banda foi formado por alunos do curso de música da Universidade de São Paulo (USP) no ano de 2008, com o intuito de interpretar músicas de Marcelo Segreto. A união deu tão certo que o grupo foi vencedor da 17ª edição do Programa Nascente da USP, em 2009; do I Festival da Canção da UNICAMP, em 2010; do 41º Festival Nacional da Canção – FENAC, em 2011; e do Grêimy Awards, em 2011, na categoria “Melhor Cdzinho Demo Latino”; bem como demais premiações em outros festivais de canção como FAMPOP, Prêmio Botucanto e Festival de MPB do Conservatório de Tatuí. É evidente que talento não falta ao grupo, o sucesso pré-dito pelo Marcelo Segreto está sendo posto em prática com o talento que há de sobra. O que mais se há a dizer, é que diante de tanta produção fraca que surge todos os dias no cenário musical brasileiro, o Filarmônica está aí para se destacar dos demais. Por vezes, se torna até surreal escutar melodias em tanta harmonia com os instrumentos, fotografia e até mesmo os seus integrantes, vira tudo uma junção de uma coisa só e nada consegue se separar. Carecemos de mais bandas que fazem jus à palavra “música”, com certeza isso tem de sobra entre os jovens Paula Mirhan, Ivan Ferreira, Sérgio Abdalla, Rubens de Oliveira, Fernando Henna, Migue Antar, Renata Garcia e Marcelo Segreto, que compõem o Filarmônica de Pársagada. A estranheza ao escutar pela primeira vez é comum, mas é impossível não se encantar a cada nova nota extraída de seus instrumentos musicais.

Filarmônica de Parságada - O seu tipo (clipe oficial)



quinta-feira, 14 de março de 2013

David de uma Legião


O ícone da irreverência, David Robert Jones, mais conhecido como David Bowie (seu nome artístico), nasceu na Londres de 1947, se firmando como músico, ator e produtor musical inglês. O “Camaleão do Rock” como ficou conhecido, enfeitiçou uma legião, não apenas alimentando a gula dos fãs com a sua capacidade de renovação e de ser um diferencial, como também deixou uma marca na música como nenhum outro, as inovações que temos desde os seus anos de ouro até os dias atuais, eternizados em bandas como Nirvana, Radiohead, bem como em estilos musicais como o Punk rock e eletrônica, tem a sua influência enraizada. No seu 66º aniversário (8 de janeiro de 2013) lançou a música Where Are We Now? e anunciou a vinda em breve de um novo disco, depois de um bom tempo distante dos holofotes depois de atravessar uma montanha-russa no mundo artístico: chegou no auge com trabalhos como Let’s Dance (1983), mas também enfrentou o insucesso criativo-artístico e comercial com o filme Labirinto – A magia do Tempo, como também a turnê Serious Moonlight que foi alvo de amargas críticas. O seu próximo álbum The Next Day, que foi aberto com Where Are We Now? (alcançando o topo da parada do iTunes) tem tudo pra ser sucesso, esperemos ansiosamente a volta do nosso querido e eterno Bowie.


quinta-feira, 7 de março de 2013

A Eternidade de Belchior



Não é a primeira vez e provavelmente não será a última, que me pego a escrever sobre Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, mais conhecido, simplesmente, por Belchior. Nascido na cidade de Sobral, em 26 de outubro de 1946, o cantor fez história na música popular brasileira, principalmente com as suas composições de entrar na alma de qualquer um. O nordestino foi sucesso em todo o Brasil, em meados da década de 1970 já estava na boca do povo. Não é pra menos. Belchior não canta apenas, mas declama a história de uma, duas ou três vidas, não se identificar com as suas composições é quase impossível, letras atemporais que ainda encantam muita gente que nem ao menos acompanhou o auge do seu sucesso. Suas músicas tomaram diversas formas, na voz dos mais consagrados cantores nacionais, como Elis Regina que gravou algumas de suas composições, como Mucuripe e Como nossos pais. Na época (década de 70), a música Apenas um rapaz latino-americano era praticamente um hino, presente na boca dos jovens de todo o Brasil. Não resta dúvidas que Belchior, ao lado de diversos outros, é eterno na música brasileira, imortalizado na voz de diversos cantores e, acima de tudo, é um exemplo para a nova geração de cantores nacionais.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Markus Thomas

Extraído do site amusicoteca:


“É pedir demais, algo assim de novo, algo novo?”
E foi assim que conheci a voz e a música desse surfista e amigo de todos por onde passa, o encantador Markus Thomas. Um belo dia em um sarau na casa de alguns amigos, e depois na sala de casa, a energia de sua música levantou compositores e vozes num coral de alegria e astral que foi praticamente impossível imaginá-lo fora da musicoteca. Isso não dependia mais de mim.
Sua música “Imaginário” entrou em um dos mais comentados lançamentos musicoteca de 2013, o Álbum Branco. Recheado de novidades para o ano, a canção despertou a curiosidade de muitos leitores. Então, é com muito prazer que recebemos mais uma joia da nossa música com um lançamento muito especial para começar esse ano tão promissor para a nossa arte.
Markus Thomas permeia suas composições em simples melodias, formatando uma música orgânica, leve e com uma onda na surf music. Podemos prometer que muita coisa dele vai pintar por aí.
Após nossos encontros, papos e saraus, Markus em parceria com nossa grande amiga, compositora e talentosa cantora, Lívia Humaire, nos presentearam com uma canção inédita, gravada especialmente para seu show no primeiro Musicoteca Apresenta em SP.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

É Carnaval!


Chegou a data mais esperada por, pelo menos, 80% dos jovens (suposição de dados). A data de se libertar e ser o que não é durante todo o ano, aquela que todos esperam quando passa as festas natalinas. No carnaval, é quando a música ruim está permitida e até os mais quietos se arriscam a descer até o chão. O axé e o forró tomam de conta das ruas das cidades brasileiras. As interpretações de músicas internacionais, com a batida do nosso nordeste, surgem com mais força. E os “até o chão” ficam no seu auge e todos obedecem como se fosse a palavra sagrada. Mas é carnaval, e no carnaval tudo é permitido. O que muitos encaram com depravação, libertinagem, é apenas o momento do ano que todos aproveitam para se soltar de suas amarras, porque julgar? A outra parcela da população fica em casa. Devoram filmes, séries e músicas cool. Aproveitam o feriadão para colocar em dia livros. E esse também é um carnaval, porque também estão fazendo o que não podem com a turbulência do dia-a-dia. É Carnaval e está permitido aproveita cada um do seu modo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Entrevista com Karina Buhr

Extraído da Revista O Grito!



A PUNK DO 
Destaque do  este ano,  fala da influên­cia da folia per­nam­bu­cana em sua obra e dá dicas do que fazer em Olinda e Recife
Karina Buhr é um dos des­ta­ques do Rec Beat este ano. A can­tora bai­ana de nas­ci­mento e radi­cada em Pernambuco vem de uma fase elo­gi­ada com dois dis­cos lan­ça­dos em espaço curto de tempo, Eu Menti Pra Você e Longe de Onde. Conhecida pelos seus shows per­for­má­ti­cos, Karina tam­bém é moça de opi­nião forte. Ano pas­sado, colo­cou na web uma ação ao lado de ami­gos artis­tas em que cri­tica o machismo (e com os seios à mos­tra para muxoxo dos mais puritanos).
Para este show no Rec Beat, ela pre­para um show com impro­viso no palco — como pede o pro­to­colo car­na­va­lesco. E o Carnaval do Recife é impor­tante para a obra da can­tora. “Digo sem­pre que é a coisa mais impor­tante da minha vida nesse sen­tido. Minha maior escola, minha maior ins­pi­ra­ção. Comecei a tocar no car­na­val”, diz. Em entre­vista à Revista O Grito!, Karina fala sobre seus pla­nos para o futuro, dá dicas do que fazer nos dias de folia no Recife e Olinda e o que acha de ser “a mais punk” das can­to­ras bra­si­lei­ras. [Por Paulo Floro]

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Tom Custódio da Luz



Algumas vezes me pego abismada com tanto talento bom que aparece praticamente todos os dias na internet, em relação a todos os tipos de “arte”, mas, principalmente, quando se trata de música. Os novos rostos da música brasileira estão fazendo jus as belíssimas raízes nos nossos empoeirados e eternos vinis. O último talento com quem me deparei no site da musicoteca foi o jovem Tom Custódio, que deu luz a sua primeira música, de forma despretensiosa (diga-se de passagem), com apenas 14 anos de idade, já no ano seguinte se agarrou no seu primeiro violão e deslanchou a escrever mais ainda. Com apenas 21 anos já tem uma bagagem invejável, muitos julgam os de pouca idade, mas acredito que atualmente são eles que estão colocando brilho na música nacional e esbanjando talento vocal e com composições. Abaixo se encontra o seu primeiro trabalho concreto, o álbum “fuga”, que o nome realmente condiz totalmente com as suas músicas, nos fazendo fugindo para o seu mundo belo e deixando de lado um pouco as tragédias do dia-a-dia. Então, baixa o álbum, põe o fone de ouvido e vamos viajar um pouco nas suas músicas. Tom da Luz, é um talento nato, e não precisa ser um grande crítico para notar isso.

Para baixar, acesse: amusicoteca


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Encanto de Julia Sheer

A cantora norte-americana Julia Sheer, começou a sua carreira musical de uma forma bem tímida e comum atualmente entre os jovens talentos, o seu ponto de partida foi postando vídeos no youtube há dois anos, com a apresentação de covers de diversas músicas da sua playlist. No seu canal, podemos encontrar uma variedade como Katy Perry, Maroon 5, Taylor Swift, Adele, Jason Mars e diversos outros artistas nessa linha musical pop, todos sendo interpretados pela jovem. Apesar de ter apenas 19 anos de idade, Julia demonstra muito amadurecimento na voz e verdade enquanto canta, outras artistas da sua idade até carregam um repertório maduro e uma voz afinada, mas muitas vezes acabam transparecendo a imaturidade da própria idade, com Julia é um pouco diferente, apesar de doce, a sua performance consegue mexer com quem está escutando, e se a pessoa estiver apaixonada é uma ótima pedida para escutar. Algumas vezes, ela até consegue nos fazer lembrar da Taylor, mas sem o jeitinho caipira forçado, como na música "Little Talks", mas aí se você escuta "The One That Got Away" a Taylor é esquecida e entra em cena uma Julia bem mais atraente que a passada. A verdade é que apesar de tantos covers, Julia Sheer tem uma identidade que agrada de cara. Não tem como não se apaixonar por sua voz doce.

Cover de The One That Got Away da Katy Perry, por Julia Sheer:




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Eterno, Dylan.

Robert Allen Zeimmerman, cantor e compositor norte-americano, mais conhecido como Bob Dylan, nasceu no estado de Minnesota e logo cedo já começou a demonstrar o seu lado artístico ao escrever os seus primeiros poemas, quando ainda tinha dez anos, e poucos anos depois já conseguia dominar o piano e a guitarra com muito talento, diga-se de passagem. Enquanto jovem foi integrante de algumas bandas de rock, mas a sua identificação mesmo foi com o folk do mestre Woody Guthrie, com quem teve acesso ao trabalho quando foi para a Universidade de Minnesota no final dos anos 50, que acabou abandonando depois do seu primeiro ano de curso. Dylan teve dificuldades para se firmar no mercado musical, seu talento sempre indiscutível para os fãs, mas altamente questionável pela crítica, com a aspereza da sua voz (uma das suas principais marcas) sendo mal interpretada na maior parte da sua carreira, enquanto essa mesma característica encantava outros. E ainda encanta. Além da voz que nos magnetiza em sua música, as letras introspectivas, com um toque bem particular de suas vivências e dores também é algo que chama atenção. Apesar da boa década de 60, Dylan acabou sendo alvo novamente das críticas nos anos 70 e em 1983 com o álbum "Infidels" volta a ser recebido de braços abertos, elegendo este um dos seus melhores trabalhos. Bob Dylan já se eternizou, para os amantes do Folk ele é o nosso rei, para os novos talentos que surgem ele sempre será a maior fonte de inspiração. Eterno, Dylan.

Mr Tambourine Man - Bob Dylan