A
sociedade brasileira, ultimamente, vem entrando numa onda pesada de modismo
virtual, tudo que é moda é bonito e louvável, tira a foto e posta no instagram
e está tudo certo, “estou fazendo minha parte”. Hoje é o dia do índio, faz um
texto de duas linhas com um pouco de humor e protesto e joga no facebook. Hoje é
o dia da mulher, vamos lá nas redes sociais protestar porque a classe é
oprimida e recebe pouco. E tudo acaba virando moda por um dia e no outro
ninguém mais lembra. O episódio que ocorreu no jogo de futebol, no qual jogaram
uma banana para o Daniel Alves, sugerindo uma postura racista, o jogador realmente
teve uma reação louvável, comendo a banana e fazendo pouco caso da situação,
mas esse ato foi suficiente para gerar uma onda de imagens bizarras em forma de
“protesto” na internet, cada um querendo mostrar que “somos todos macacos”. Independentemente
das nossas origens, das nossas descendências, ofensas à história, à ciência ou
à religião, a raiz do problema não se encontra exatamente nesse desconhecimento
da sociedade, mas sim na ignorância para lidar com os problemas sociais. Será que
daqui a uma semana alguém vai ao menos se lembrar porque postou uma foto
comendo uma banana? O mesmo ocorreu com as plaquinhas “eu não mereço ser
estuprada” e o mesmo vai ocorrer futuramente quando outro episódio lamentável
ocorrer. O brasileiro está pegando as mazelas que eles mesmos estão produzindo
e transformando isso em autopromoção para receber curtidas e comentários. A verdade
é que independentemente do embasamento histórico-científico-religioso ou das
disputas que se formaram porque ninguém está levantando a bandeira para a
classe LGBTTI ou outras lutas sociais, deveríamos erguer luta diária por todas
as causas. Os Direitos Humanos está cada vez mais marginalizado, os discursos
que os rodeia estão tentando reduzir a sua importância a pó, quando na verdade
todos deveriam fazer acontecer uma sociedade mais justa e humanitária,
independente dos embates particulares por gênero, cor, classe social,
orientação sexual ou qualquer outro tipo de manifestação que foge do que é “ser
normal”.
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