Mente
quem diz que o brasileiro não é uma criatura obediente. Enquanto estamos nos
desenvolvendo, obedecemos exatamente o que nos é ensinado com os discursos já
muito bem estruturados: “Minha filha vai fazer balé”, “Meu filho vai jogar
futebol”, “Filha, você tem que casar com um homem bom”, “Vocês casam quando?”,
“Cadê meus netos?”, “Mulher casada não pode fazer isso”, “Homem trai mesmo,
minha filha”. A verdade é que é mais fácil aceitar não é mesmo? Porque
questionar se é “tudo igual”, se “sempre foi assim”? Imaginemos, portanto, se
toda mulher tivesse se acostumado com o seu posto de dona de casa e jamais
resolvesse bater de frente com o mercado de trabalho machista, será que hoje
teríamos uma PresidentA? Ou será que a presidência de uma das maiores empresas
brasileira, a Petrobrás, estaria sendo presidida por uma mulher? Até fazer
gritar a sua bravura, a mulher estava fadada ao enclausuramento do lar, e foi
depois de muito grito que alcançou a sua legitimidade (apesar de algumas
disparidades ainda existentes). Todos os demais sujeitos sociais (enquadrados
na chamada “diversidade sexual”) são frutos dessa dicotomia homem&mulher
fundamentada por meio de construções religiosas e respaldadas pela necessidade
de reprodução humana. Esclarecendo: O polo ativo e dominador (homens) da
sociedade foi quem fez, a partir da construção distorcida dos discursos
religiosos, a sua casa, catando em cada letra do livro sagrado a fundamentação
da sua hegemonia como ser social. Foi desse binarismo que a sociedade se
construiu, dando cria a um povo conservador e reprodutor de falas prontas e
nada melhor que um legislador medroso e preocupado nos próximos mandatos para
legitimar essas pessoas. E assim caminha a sociedade brasileira.
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