segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Seja Bem-Vindo 2013

No último dia do ano pensei em fazer uma postagem especial para tal data, acabou que não me veio nenhuma ideia à cabeça, tudo parecia insuficiente para englobar todos os marcadores que com tanto carinho preenchi ao longo do ano, dessa forma, resolvi apenas dar um "adeus" diferente a 2012, para tanto sintonizei a trilha sonora de "Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain", minha fonte eterna de inspiração. Esse ano que acaba não foi de todo especial, teve seus altos e baixos, acredito que o que, na verdade, torna um ano realmente bom é a própria pessoa, quando aproveitamos as oportunidades, lutamos e vamos atrás do que almejamos aí sim o ano será inesquecível, culpar o próprio ano pelo insucesso é sinal de fracasso pessoal. Foi nesse pensamento que consegui a oportunidade de abrir meu blog, me engajar mais ainda no movimento estudantil, me empenhar nas minhas atividades diárias e, acima de tudo, estar rodeada de pessoas que tanto amo. Fiz dos filmes a minha inspiração, das músicas a trilha sonora dos bons e maus momentos, os vlogs meus momentos de divertimento, enfrentar câmeras não foi fácil para a menina envergonhada que se escondia por trás da literatura. Pois bem. Que em 2013, as sombras continuem a aparecer, que as notícias sejam favoráveis, que o sucesso permaneça, que as conquistas sejam ainda maiores. Que em 2013 sejamos destemidos, guerreiros, que lutemos com garra, de forma honrosa e justa. Que em 2013 nossas cabeças continuem erguidas, que não tenhamos vergonha das nossas atitudes, que sejamos pessoas melhores, admiráveis. Que em 2013 as novidades sejam constantes. Que em 2013 diversos outros filmes, músicas, literatura e vlogs de qualidade surjam, porque é disso que o mundo precisa: cultura e esperança. Seja Bem-Vindo 2013, esperamos por você.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sonho Cego

O pernambucano Daniel Finizola é um talentoso cantor e compositor da nova geração da Música Popular Brasileira (MPB), que agora em meados de 2012 lançou o seu álbum com exclusividade pela musicoteca, denominado Pincel de Som. "Sonho Cego" é apenas uma das suas músicas, que acabou ganhando a versão audiovisual, mas esse título descreve bastante o seu trabalho. Um cantor que abusa das cores, do lúdico, imagético, sem esquecer o toque regional que é marcante na sua voz e no toque da sanfona. Daniel nos desafia a sonhar, a desgrudar os pés do chão, largar as amarras e imaginar um mundo diferente daquele que estamos acostumados a ver e viver, com ele é bom colocar o fone de ouvido e parar para escutar cada letra e quando há a imagem como no clipe "Sonho Cego", é ainda mais gostoso de ouvir sua música. É com o Pincel que Finizola larga os malditos rótulos e delineia cada detalhe de suas músicas, melodias e letras, escutar o seu álbum é como ganhar um presente no Natal, a empolgação ao abri-lo é única, é contagiante. Para baixar o seu álbum é só acessar amusicoteca.

Clipe "Sonho Cego":


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dexter


A série de TV americana que tem como personagem principal o seu próprio título, Dexter Morgan (interpretado pelo ator Michael C. Hall), que com um drama/suspense muito bem produzido conta a sua história, um serial killer que trabalha no departamento de polícia do Condado de Miami, como analista forense, especializado em padrões de dispersão de sangue. A narrativa é baseada em uma série de romances, em que a primeira temporada teve como base fundamental o livro Darkly Dreming Dexter. Recebendo adaptação para as telas com o roteirista James Manos Jr., hoje a série já consta com sete temporadas finalizadas. É até clichê falar, mas Dexter realmente é um assassino em série diferente dos demais, saindo dos padrões habituais, Morgan é sociável, amável, aparenta a todos ter uma vida estável, ser amigo, apesar de ser dominado constantemente pelo seu "passageiro sombrio", que é justamente o seu desejo insaciável de matar. Visto por muitos como um justiceiro, Dexter se sustenta em um código ensinado pelo seu pai adotivo: só mata assassinos e geralmente aqueles que a polícia não conseguiu trazer à Justiça; e diante de sua habilidade como analista forense sempre consegue esconder seus rastros. A história desse sociopata é altamente instigante, eletrizante e viciante. Vale muito a pena assistir.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Documentário: Portinari

Cândido Portinari ganha um documentário que retrata a sua biografia, que foi assunto na Revista Cult, por Guilherme Zanella:


"'Levei muitíssimos anos para compreender quem era aquela pessoa que estava na minha casa e que era o meu pai', diz João Cândido Portinari (1903-1962). A vida do pintor, ilustrador e muralista é revisitada, desde sua infância em Brodowski (SP) e sua evolução como artista, que o levou à morte por envenenamento pelas tintas que usava em suas letras, no documentário Portinari do Brasil (R$ 54,90, info.: www.livrariacultura.com.br), narrado pelo ator Herson Capri e lançado neste mês. "Mais de 95% da obra dele está inacessível à vista pública, em coleções particulares, salas de bancos e instituições privadas", lamenta João Cândido. "Hoje enxergo claramente que ele não deixou apenas uma obra de pintor, mas uma poderosíssima mensagem ética e humanista com valores que escorrem de cada tela", diz.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Globo e o Natal

A partir de hoje até o dia primeiro do próximo ano requer paciência para quem tem a globo como a primeira opção de emissora. O clima de esperança é lei. Tudo com o intuito de gerar aquela expectativa no telespectador  mas quem tem qualquer expectativa sobre a vida se passa noite de virada de ano em frente a TV e ainda mais assistindo a Globo? A maquina de manipulação em massa, manipula até nesses dias "santos", não perdoa a liberdade de ser feliz do pobre que só tem ela como opção. Aproveita para sugar a atenção com filmes penosos, shows mega populares e utilizam-se até do Rei "esse cara sou eu", que esse ano deu até pra cantar "ai se eu te pego". Quando assistimos tal programação, não tem como não imaginar uma vida melhor do que essa, é quando fazemos aquelas caducas promessas de fim de ano, quando juramos que o dia primeiro será o ponto inicial de uma nova vida, "vou aproveitar mais", "vou estudar mais", "vou me dedicar mais", são só promessas galera, quem quer faz, não precisa dizer, falar só serve para se frustrar, larguemos essas manias bobas, não nos deixemos levar por essa parte ruim do fim do ano. Em relação a " Globo", não se deixe levar pela programação de Natal, desligue a TV, compre um vinho nessa noite, esqueça do mundo, e lhe promova um Natal melhor.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Geração Fakebook

Legionários de Chico Buarque. Devotos de Cazuza. Aficionados em Bukowski. Apaixonados por Tim Burton. Fingidos da boa música. Do filme cool. Do livro de palavras difíceis. Curtidores de páginas estranhas. Com textos quase inacessíveis. Linguagem peculiar. Essa é a vida de pelo menos umas 90% das pessoas nas redes sociais (dados próprios). "Photoshopam" pessoas que não são, e falam o que não condiz com a sua personalidade para se passar de "legal" para o restante da sociedade. Na vida real gosta mesmo é do "ai se eu te pego", "até o chão, chão, chão", gostam mesmo é do estrago, como diz um certo barbudinho do Los Hermanos. O lance disso tudo não é que a pessoa seja falsa, ou esteja agindo de má-fé. Pelo contrário. Age para se agradar, massagear o ego, buscam aceitação, uma cadeira ao lado da elite (pseudo) intelectual, se é que existe, se é que vale a pena. Até entendo aqueles que estão escutando o sertanejo universitário no fone de ouvido e postando "Se entornaste a nossa sorte pelo chão, se na bagunça do teu coração, meu sangue errou de veia e se perdeu". Mas olha como pegaria mal pros olhos preconceituosos da nossa sociedade casta dizer "gatinha assanhada, você tá querendo o quê?". A verdade é que poucos são aqueles que se aguentam em pé quando o som manda dançar até o chão. Que sejamos mais verdadeiros, a geração fakebook já teve o seu momento.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Sombras: Dois Garotos e Uma Garota

Certa vez quando voltávamos do interior, minha irmã e eu, deparamo-nos com uma cena que chamou minha atenção, não sei se a dela também, mas na minha memória ficou marcada por algum motivo, desses que não se requer explicação.

Para encurtar a conversa e chegarmos logo aos fatos, digo que era um sábado por volta de meio dia. Desembarcamos na rodoviária, atravessamos duas ruas e logo estávamos na para de ônibus. A espera foi curta, logo passou o veículo que faria a linha por dentro do campus universitário deixando-nos em Neópolis.

Bem, logo ao subir dei com os olhos em uma turma de três meninos que ocupavam logo as primeiras cadeiras, dois garotos e uma garota. Aparentemente na minha faixa-etária, quinze, dezesseis anos. As roupas dos dois primeiros, sujas. As camisetas muito folgadas e compridas para o tamanho deles. A menina, de blusa de alça e short jeans.

Faziam uma algazarra sem tamanho entre eles, falavam alto como que querendo demarcar o território, deixando escapar umas gírias capengas e algumas expressões desconhecidas no meu universo fechado. Izabel e eu comentamos alguma coisa à respeito dos três, e trocamos olhares bem particulares a irmãos, mas não passou disso. Parece que as conveniências impostas por uma sociedade cheia de politicagens impediam de ir além, de levantarmos o rosto e encarar um deles nos olhos. Eles sentados não pela distância física, mas por um "apartheid" camuflado. O mesmo "apartheid" que separa até hoje os nossos mundos, que ironicamente estão contidos numa única cidade.

Dali a pouco, o ônibus parou num sinal e os três acenaram para o motorista, queriam descer. Esse, num gesto que inspirava total sinceridade recomendou:

- Cuidado com as motos quando descerem!

E os meninos com um sorriso meio constrangido balançavam as cabeças, positivamente, e com palavras que me pareceram igualmente sinceras, agradeceram com uma série de "obrigado, obrigado" ao condutor. As portas se abriram e eles desceram. Acompanhei-os com os olhos até perder de vista e fiquei remoendo comigo um punhado de pensamentos.

Na certa os garotos não pagaram as passagens, por isso os agradecimentos, ponto para o motorista que permitiu que eles subissem e em momento algum - ao menos enquanto estávamos ali - tratou-os diferentes. Embarcaram de graça em algum lugar, para descerem num sinal. Era a mesma gratuidade de uma vida oposta a minha. Era de graça como a sujeição contida no olhar resignado dos três.

Esse texto foi enviado por Guilherme Henrique Cavalcante ao meu e-mail.

A Lista dos Mais Vendidos

Por Márcia Tiburi

Na capa de um livro da classe de escrita denominada "autoajuda" encontramos a seguinte informação: "mais de 50 milhões de livros vendidos em 50 países". A explicação numerária está curiosamente sob o nome do autor, bem no topo da capa, antes mesmo do título que, logo abaixo, parece ser relativamente menos importante do que os números que aparecem acima dele. Livros em geral, clássicos ou não, não trazem explicações dessa natureza que venham, como esta, sublinhar o nome do autor. Verdade é que os escritores são valorizados por motivos estéticos e políticos que também podem representar algum tipo de capital. Mas justamente por implicarem outros valores não precisam apelas à quantidade vendida aqui ou acolá para despertar o desejo de compra. 

Neste caso exemplar, o nome do autor está relacionado a uma quantidade, coisa que a explicação deixa claro. Trata-se de um best-seller, um livro muito vendido. Mas por que esta informação precisa estar em destaque? Pelo mesmo motivo que jornais publicam listas de "mais vendidos". E o que realmente importa nos chamados "mais vendidos"? É redundante, mas necessário se dizer que os "mais vendidos" vendem mais. Que sejam lidos, ou não, é questão que não importa. Os mais vendidos não despertam o desejo de ler, mas o de comprar o que talvez até possa vir a ser lido.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Para Sempre, Phillip Long

Na última vez (precisamente em 11 de agosto de 2012) que foi falado sobre Phillip Long no blog, ele estava lançando o seu terceiro álbum, prestes a colocar o quarto à disposição dos folkistas. Agora, em meados de dezembro, o impulsivo cantor lança o seu quinto trabalho "Sobre Estar Vivo", perfazendo o quinto disco em apenas um ano, sendo o seu primeiro em português, saindo das amarras do seu idioma materno - o inglês. Em relação a sua inspiração para o mais novo trabalho, Long fala para a musicoteca "O fato de eu estar apaixonado, caminhando com esta mulher que sinto conhecer há milênios me rendeu novas formas de percepção do mundo e, sim, influenciou bastante a minha música. Não sei ao certo se chegou a influenciar o fato de parir canções em português. Mas como tudo está conectado e o universo é sábio e sabe o que faz, acredito que deva ter um papel importante nessa escolha". Apesar da grande quantidade de produção do cantor, o que mais me admira é que a qualidade permanece intacta, tempos atrás escrevi no blog que preferia que o artista passasse anos para produzir um álbum, mas que saísse qualificado para estar no mercado, com Long é diferente, porque ele alcança essa qualidade em instantes, o seu poder criativo é inimaginável, sempre surpreende. É complexo entender, mas é gostoso de escutar, Phillip Long.

Reveja: O Folk de Phillip Long

Baixe o novo álbum: Sobre Estar Vivo

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Barba Ensopada de Sangue

O escritor Daniel Galera, um dos mais consagrados escritores brasileiros da contemporaneidade, nasceu em São Paulo, em 13 de julho de 1979. É marcado como um dos primeiros a misturar a internet com a literatura, em 1997. Além das diversas obras traduzidas, já publicou cinco livros, o primeiro Dentes Guardados (2001), Mãos de Cavalo (2006), logo após publicou Até o dia em que o cão morreu (2007), Cordilheira (2008) e, por último, Barba Ensopada de Sangue. O seu último livro, tendo sido publicado esse ano, foi foco de diversas críticas, sejam boas ou ruins. Pois bem, "Barba" como é muitas vezes retratado, traz uma linha diferente das suas prosas anteriores, dessa vez a sua linguagem recebe uma nova roupagem, ele "incha" a obra de coisas supérfluas, que de primeira qualquer um descartaria, mas ao analisar melhor observamos que cada trecho é importante para a identidade e o desleixar do romance. Sobre a narrativa "O romance abraça três caminhos:o investigativo, em que o protagonista busca resposta para o desaparecimento do corpo do avô; o intimista, que tenta desvendar a mente alheia e fugidia do protagonista, revelada conforme ele encontra outros personagens; e o da narrativa de costumes, em que o cotidiano da cidade, com seu tempo moroso, é dissecado" (BRAVO! - Dezembro, 2012). Por fim, apesar da escrita ainda estar sujeita a aperfeiçoar, Galera está se destacando na literatura brasileira contemporânea, não há como nega, dito isso, vale a pena dar uma conferida.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Homenagem à Luiz Gonzaga

O Natura Musical homenageia o Rei do Baião com uma seleção especial de suas músicas cantadas por diversas vozes do cenário musical brasileiro, desde os veteranos como Elba Ramalho, até as revelações da nova Música Popular Brasileira, como Leo Cavalcanti e Tulipa Ruiz. O cantor que fez da construção do cenário musical no Brasil foi muito representando por esses cantores, que se unirem em prol dos 100 anos do nosso querido e eterno Luiz Gonzaga.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Seleção BRAVO! do Mês: Filmes

Jogo da Verdade - Os Documentários de Peter Watkins: Retrospectiva de dez filmes do renomado documentarista inglês Peter Watkins. Conhecido por um estilo que questiona os próprios métodos de produção das imagens, o cineasta se vale criativamente de recursos ficcionais.

No: Em 1988, o ditador Augusto Pinochet (1915-2006) convoca um plebiscito sobre sua permanência no poder. A campanha do "Não" é chefiada por um jovem publicitário e dá início à queda do regime chileno.

A Sombra do Inimigo: Dois policiais de Detroit, nos Estados Unidos, têm seu talento e sua experiência questionados com o surgimento de um serial killer. O assassino é especializado não só em matar como também em torturar as vítimas. 

Bullying: Uma série de casos de crianças e adolescentes que sofrem os efeitos do bullying em diversas regiões dos EUA. O documentário discute o tema com as vítimas, seus pais e seus professores.

Curvas da Vida: Gus, um veterano olheiro de talentos no beisebol, está envelhecendo e sofre de sérios problemas de visão. Sua filha advogada, Mickey, tira uma folga para ajudá-lo a preservar seu emprego.

Futuro do Pretérito - Tropicalismo Now!: As influências que ainda sobrevivem a partir do Tropicalismo, dos anos 60. Entrevistas e um show de André Abujamra no Teatro Oficina, em São Paulo, funcionaram como fio condutor. 

Liv & Ingmar - Uma História de Amor: A norueguesa Liv Ullman faz um balanço de sua convivência de quatro décadas com o diretor sueco Ingmar Bergman, morto em 2007. A atriz foi casada com o cineasta e ao lado dele realizou 12 filmes, começando por Persona (1966).

A Viagem: Personagens e situações se alternam e se transformam em seis histórias de interrelação complexa. A trama envolve guerras, paixões e utopias, ocorridas em vários continentes entre os séculos 19 e 24.

Fonte: Revista BRAVO! - Dezembro/2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Muito Produto. Pouca Qualidade.

Atualmente, vivemos no mundo dos produtos. Roupa, sapato, alimentação, cinema, música, teatro, revista, jornal, shows, festivais. Tudo hoje gira em torno do capitalismo, do consumismo desenfreado. Enquanto ricos ostentam com os seus carros de valor inimaginável, os pobres almejam um dia ser aquela pessoa. No mundo do entretenimento é onde mais vemos isso. A música ruim vira moda, a boa e a estranha, às vezes escutamos sem ao menos nem saber o porque. A verdade é que o que o povo quer é algo fácil para se aprender, a rima fraca, o ritmo acelerado, os textos a la crepúsculo, os stand-up sugando nosso bom senso com o seu preconceito encoberto de risada. A pergunta que me faço é onde ficou a arte, onde ficou a mágica nisso tudo, o mistério, a surpresa seguida de uma felicidade tremenda ao encontrarmos uma banda de qualidade. É raro. O mundo está inflado de mercadoria, hoje tudo é fast. É fast-food, fast-music, fast-book. A necessidade do novo levou a qualidade ladeira abaixo, nesse contexto tanto a sociedade quanto o produtor tem sua parcela de culpa. Que valorizemos a arte, nem que se demore anos para a produção de um CD, melhor do que sair depois de 3 meses de um fingimento artístico sem tamanho.

Infância Clandestina


Infância Clandestina fala de uma família pertencente aos Motoneros, organização de esquerda que aderiu à luta armada nos anos 70, depois da morte do presidente Juan Domingo Perón. À frente está Juan (Teo Gutiérrez Romero), filho de 12 anos do casal formado por Daniel (César Troncoso), que mantém posto de liderança entre os Montoneros, e Charo (a atriz uruguaia Natalia Oreiro). Exilada em 1975 no Brasil e depois em Cuba, a família regressa à Argentina natal em 1979, clandestinamente, para participar na chama Operação Contraofensiva.

Matriculado numa escola de Buenos Aires, o menino passa a usar um nome falso (Ernesto) e é obrigado a dissimular a condição familiar, ao mesmo tempo que enfrenta os conflitos da pré-adolescência. Alegando ter vindo da Córdoba, cidade do interior do país, aos poucos ele se habitua ao novo ambiente, recebendo orientações de seu tio Beto, interpretado com enorme carisma por Ernesto Alterio - ele próprio um filho de exilados criado na Espanha. Diversos pontos altos são protagonizados por esse personagem afetuoso, cujo intenso amor pela vida contrasta com a ortodoxia dos pais de Juan/Ernesto. O garoto se envolve com María (Violeta Panukas), uma colega de escola, e tio Beto o socorre com dicas preciosas às vésperas de uma viagem para acampar. Utilizando-se de um confeito de amendoim achocolatado que põe na língua, Beto explica ao noviço a semelhança entre o doce e as meninas, indicando o ponto certo de "morder", após amaciá-lo. "Quando estiver em ponto de bala", ele diz a Juan, "essa é a hora certa". Com misto de ternura e humor malicioso, o personagem de Alterio possibilita ao tenso ambiente familiar certo contato com a ordem natural da vida, proibida a todos aqueles que experimentam o exílio e a clandestinidade.

É nesse jogo ambivalente, a oscilar entre as possibilidades oferecidas pela escola - os amigos, a liberdade, a paixão - e o cotidiano quase militar da família, que Juan dá os primeiros passos de sua rebelião pessoal. Apesar de, como se sabe a esta altura, não haver final feliz possível para a luta armada. Contudo, há uma nova/velha visão recuperada pelo relato do cineasta, algo entre a maciez do chocolate derretido na boca e a dureza do amendoim a ser quebrado pelos dentes: a de que é necessário endurecer, porém sem perder a ternura. Infância Clandestina é desses raros filmes que continuam a rodar na lembrança mesmo depois de a luz da sala ser acesa.

fonte

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Holy Motors



Após quase 13 anos sem dirigir um longa, o francês Leos Carax lançou no dia 30 de novembro do corrente ano o drama Holy Motors, que conta com a participação dos atores Denis Lavant, Eva Mendes, Kylie Minoque e muito mais. Leos se utiliza de "Motores Sagrados" para reverenciar a reprodução mecânica do movimento da vida. Conta a história de Oscar, que transita em vidas paralelas, interpretando diversos personagens, o chefe, assassino, mendigo, monstro e pai. O personagem que é interpretado por Denis Lavant está à procura da beleza do movimento, da força motriz, das mulheres e dos fantasmas da sua vida. Carax, conhecido pelo seu idealismo, o traz para o seu longa, Holy Motors retrata a situação do cinema no século 21, evidenciando problemáticas, como é o caso da sua banalização, lutando contra a desvalorização do cinema como arte. Novamente, o personagem abatido, idealista e solitário é encarnado em seu filme. Oscar é a demonstração viva da nossa realidade, mostrando que todos vivem com máscaras, em seus personagens, alter-egos.

Trailer:


sábado, 8 de dezembro de 2012

Liberando Endorfina


O Riso dos Outros é um documentário de Pedro Arantes de 52 minutos, que conta com a participação de Antonio Prata, Danilo Gentili, Jean Wyllys, Laerte, Lola Aronovich, Nany People, Rafinha Bastos e outros. O documentário começa mostrando trechos de alguns shows de cômicos stand up e depois adentra nos caracteres de documentários mesmo, realizando questionamentos sobre os mais diversos tipos de piadas, censura, limites do humor, o politicamente incorreto, quem são os alvos de piadas, protestos sociais, entre outros temas. Além disso, nele dá para notar o preconceito que permeia na cabeça dos nossos colegas, tanto humoristas, quanto espectadores. A piada é um minimundo, é quando se põe uma lupa nas doenças da sociedade e exterioriza os pensamentos mais carregados de repulsa. O stand up, que está se popularizando cada vez mais, é o meio mais eficaz de ser preconceituoso sem ser. O documentário é uma ótima análise disso tudo. Vale a pena assistir.


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Entrevista com Marisa Orth

Em entrevista ao programa Móbile, a cantora e atriz Marisa Orth declarou que a música brega também fez parte de sua formação musical. Ela participou da Vexame, uma banda que rompeu a barreira do brega na Música Popular Brasileira. Vexame surgiu para existir apenas por uma noite, era uma espécie de brincadeira, com performances e piadas durante o show. A ideia era levar para o Aeroanta, uma antiga casa noturna que fez muito sucesso na década de 1990 apresentando importantes bandas do circuito alternativo que surgiram nos anos 80.

Entrevista

Cinema da Contracultura


Entre 1967 e 1982, uma geração de cineastas recém-chegada a Hollywood levou às telonas a essência da contracultura, revolucionando a estética e a temática do cinema norte-americano no movimento que ficou conhecido como "Nova Hollywood".

"Eram filmes que retratavam o desejo de enfrentamento de toda uma sociedade sobre o status quo que dominava as gerações anteriores à Guerra do Vietnã", conta Norlan Silva, curador da Mostra de Filmes da Nova Hollywood, que aconteceu em Brasília este mês.

A programação é composta por 21 filmes, dentre eles os clássicos O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, O Exorcista, de William Fridkin, e Taxi Driver, de Martin Scorsese. Seguindo o modelo de cineclubismo, após cada exibição acontece um debate sobre o filme e tendo como ponto de partida o livro Como a Geração Sexo-drogas-e-rock'n'roll Salvou Hollywood?, do jornalista norte-americano Peter Biskind

Onde: Biblioteca Nacional de Brasília (Setor Cultural Sul), Brasília (DF)
Quando: 1 a 21/12
Quanto: Gratuito
Info.: (61) 3325-257

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

RIP Nyemeyer

Oscar Ribeiro de Almeida Nyemeyer Soares Filho nasceu em 1907 no Rio de Janeiro e já em 1928 começou a ingressar no mundo das artes ao entrar na Escola Nacional de Belas Artes. Foi com Annita Baldo que constituiu a sua família, uma filha, cinco netos, 13 bisnetos e sete trisnetos. Em 1934 se formou como engenheiro arquiteto, momento este que já começou a trabalhar no escritório Lúcio Costa, participando de projetos como os prédios do Ministério da Educação e da Saúde. Foi trabalhando nesse escritório que ele conheceu o maior ícone da arquitetura modernista, o franco-suíco Le Corbusier. Foi com ele e também com o inglês Sir Howard Robertson que projetaram em 1947 a sede da Organização das Nações Unidas em Nova York. E em 1956, Juscelino Kubitschek propôs a Nyemeyer a chefiar um projeto da nova capital do país, Brasília. Nyemeyer não foi apenas um engenheiro arquiteto, ele foi um artista, as construções que levam o seu nome como projetista são verdadeiras obras de arte, é impossível não reconhecer quando a obra é sua, os seus traços são ousados, modernos, marcantes. Foram 104 anos fazendo o inesquecível acontecer. Descanse em paz.

Entrevista de Oscar Nyemeyer para o Roda Viva em 12/07/1997


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Austen, Casamento e Ironia.

Cena do Filme "Orgulho e Preconceito"
A escritora inglesa Jane Austen, dona de uma ironia fantástica, nasceu em 16 de dezembro de 1775, na cidade de Steventon. Apesar de ser do século 18, ainda hoje os seus romances são muito bem vendidos, elevando a escritora a estar entre os clássicos da literatura mundial. Para Austen, a sua inspiração maior foi a sua própria vida. Pertencente a uma família da burguesia agrária, em que as mulheres já nascem sendo preparadas para o casamento, foi nesse assunto que a inglesa se pautou para escrever os seus romances. A primeira leitura dos seus livros leva o leitor a crer que ali reside uma escritora inocente, conservadora, entretanto, não consigo vê-la por esse ângulo. Tudo bem que a idealização da instituição casamento, bem como a do próprio homem é tratada em suas obras, mas, em contrapartida, Austen contrapõe seus próprios pensamentos com o outro lado mais realista, chegando, algumas vezes, a ser bem feminista e largando das amarras do conservadorismo. 

Cena do Filme "Amor e Inocência"
Analisando a própria vida de Jane, nota-se que a complacência com a instituição casamento não fez parte da sua realidade, apesar de pouco cortejada, teve a oportunidade de se casar, mas não o fez, o que deixa a dúvida se foi um ato romântico por um amor não concretizado de sua juventude ou até mesmo por desacreditar no casamento, apresentando uma visão mais feminista. A sua primeira obra de sucesso foi "Razão e Sensibilidade" que conseguiu publicação 14 anos depois de ser escrito. Devido a grande repercussão, a autora também publicou "Orgulho e Preconceito" em 1813, e no mesmo período começou a trabalhar em "Mansfield Park". Foi com "Orgulho e Preconceito" que a sua identidade começou a ser difundida, o seu livro foi muito bem aceito, principalmente pelas suas doses de ousadia, não apenas ao escrever, mas também quando se trata de indiscrição à família. Quando publicou "Mansfield Park" todos os exemplares foram vendidos em seis meses, não havia mais dúvida que Jane Austen entraria para a história. Atualmente, tanto "Orgulho e Preconceito" como "Razão e Sensibilidade" ganharam versão nos cinemas, o primeiro foi sucesso total e ainda é, mas há também um filme que trata de uma forma mais superficial da vida da própria Jane, indico para os leitores de primeira viagem que assistam "Amor e Sensibilidade", conhecer a sua vida antes de mergulhar nos seus romances é algo que facilita ao leitor compreender realmente as suas palavras.

Trailer do filme "Amor e Inocência"


Trailer do filme "Orgulho e Preconceito"


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Coletânea Fim do Mundo Musicoteca


"Porque o mundo não pode acabar com você ouvindo qualquer coisa. Por isso, preparamos uma trilha especial para você fazer a passagem em grande estilo. Com o melhor da nova música brasileira. Vai que tem uma vida além dessa, né? Aí você já chega com boas referências, saindo da mesmice. É importante levar novidades para outras vidas também, e esse é o nosso trabalho aqui nessa vida, deixar vocês com o melhor da nossa música. Quando chegar lá, seja no frescor do azul ou no calor do vermelho, terá o que ouvir e dançar com os novos amigos e amantes da boa música. Vista uma roupa bonita, chame os amigos pra perto, coloque nossa trilha e sorria muito! Bom fim do mundo para todos!


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Rainha Madonna

Os títulos chamativos com possíveis críticas à Rainha do Pop (?) se resumiram a uma busca incessante de acessos à página, visto que ao entrar a notícia revertia o título e acabava por vangloriar Madonna. Mas a verdade é que cantora que nas suas duas primeiras passagens no Brasil arrastou multidões para assisti-la, não conseguiu ultrapassar 70 mil pessoas, que não deixa de ser um número razoável ou até gigantesco para qualquer artista, mas estamos falando da tão aclamada "Rainha do Pop". A verdade é que as tentativas incansáveis de tentar atingir as demais cantoras do mundo pop já cansou e não está dando outra impressão que não seja "ego inflamado". Não há nada mais prepotente e ofensivo do que cantar "Born This Way" e logo após direcionar críticas sugerindo que estão te copiando. E outra, semanas atrás pensei que a descida do salto de Christina Aguilera para abraçar um competidor do The Voice americano tinha sido falso até ver A Rainha dando entrevista dentro de um banheiro com a aparição nada forçada do seu filho, cozinheiro, gato, papagaio e todas as pessoas que estavam ao seu redor, realmente colocou a sua adversária X-Tina no chinelo. Convenhamos, para uma caduca na música e reconhecida mundialmente, se render ao playback e fingir tocar guitarra em cima do palco é uma vergonha. Não tiro o mérito da ostensiva produção dos seus shows, realmente é algo bem Broadway, entretanto a diva deveria começar a pensar em encerrar a sua carreira como diva ou com o seu título de Rainha, caso continue dessa forma os seus fãs que já são mais velhos que ela vão deixar de existir e novos não virão. 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Caiu na Net Alguns Trechos de "Os Miseráveis"

Como todos já sabem o romance de Victor Hugo de 1862 está chegando nas telinhas mais uma vez, estrelado por Anne Hathaway, Hugh Jackman, Amanda Seyfried, Sacha Baron Cohen, Russel Crowe, Helena Bonham Carter e diversas outras estrelas. Quatro trechos do musical caíram na net, confiram abaixo: 

Clipe: At The End Of The Day:


Clipe: Who I Am


Clipe: On My Own


Clipe: A Heart Full Of Love



sábado, 1 de dezembro de 2012

30 anos de "Thriller"


Ontem (30 de novembro) completou 30 anos do lançamento do álbum "Thriller". Ele foi originalmente lançado no dia 30 de novembro de 1982, sendo hoje considerado um marco na música pop, tido como um dos mais importantes ou até um divisor de águas, dentre as músicas desse álbum estão "Billie Jean" e "Beat it", como esquecer esses grandes sucessos do eterno Michael Jackson?

Relembre o clipe "Thriller":