terça-feira, 28 de maio de 2013

A Suavidade de Ana Larousse


Dessa vez não começarei a postagens como tantas outras vezes comecei, a cantora Ana Larousse merece mais, as suas particularidades exige mais do que o “comum”, mais importante do que saber a tua idade e de onde vem, é entender do teu jeito, das tuas manias, então... Com as palavras da mesma, entenda um pouco o que se passa em sua vida “Muitas sardinhas, alergia a gatos, lavanda pela casa toda e uma coleção de coringas de baralho. Sempre sonho que a Gestapo está vindo me prender, tenho medo de avião e de multidões, é difícil me tirar de casa, gosto de viajar sozinha, não leio jornais porque não sei lidar com notícias feias. Bebo chá o dia todo, acho maluco existir, gosto de desenhar janelas e nuvens, já tive banda punk, guardo palitos queimados de volta na caixinha e sou doidinha por mapas e dicionários. Coleciono tempestades, vulcões e histórias de amor”. A cantora iniciou o seu lado artístico muito cedo, com apenas 10 anos já estudava violão e pouco tempo depois já estava exteriorizando as suas primeiras composições. Aos 19 invadiu a romântica Paris. O seu disco “Tudo Começou Aqui” é acobertado de uma intimidade sem fim, com dedicação exclusiva àqueles que são tomados de solidão e partidas. Suas melodias e letras nos invade e faz nossos corações chorarem, não apenas pela suavidade e delicadeza, mas, ainda mais, pela identificação que encontramos na dor das suas palavras.

Baixe aqui o seu álbum

terça-feira, 21 de maio de 2013

O Neurótico e as Histéricas


Depois de mergulhar no universo depressivo de Lupicínio Rodrigues, Arrigo Barnabé retorna com uma banda só de mulheres e um novo velho lema: “Pô, amar é importante!”
por Eliete Negreiros

O telefone tocou:
- Eliete, é o Arrigo. Olha, hoje à tarde vou ensaiar aí do lado de sua casa. Passa lá para você conhecer a minha nova banda.
- Nova banda? Como é, Arrigo?
- Ah! Só vendo. Vai lá. Você terá uma surpresa.
Meu amigo Arrigo é, de fato, uma pessoa surpreendente. Na vida e na arte. O inesperado faz parte do seu jeito. Quando nos encontramos pela primeira vez, em 1973, eu cantava, tocava violão e estudava filosofia, conhecia bem a música popular brasileira e tinha uma relação catártica com ela: ouvia tudo, gostava das canções, procurava aprendê-las e as usava para meditar sobre a existência. No canto, queria expressar meus sentimentos. Ainda hoje sou assim. Não repa­rava na estrutura da canção, em como ela é feita. Com Arrigo Barnabé, cantor e compositor de Londrina que se radicou em São Paulo, aprendi a pensar a música. De início, isso me aborrecia. Como assim? Pensar? O romantismo corre em minhas veias, uma herança fatal, música é para sentir. Mas fui descobrindo uma outra maneira de perceber as composições, uma atenção à sua forma. Novos horizontes. Arrigo me mostrou coisas que eu ignorava, outras sonoridades: Igor Stravinsky, Arnold Schöenberg, Karlheinz ­Stockhausen. Fiquei encantada.
O trabalho do meu amigo tem uma complexidade e abrangência muito grandes. O público o conheceu no festival da TV Cultura em 1979, por meio de duas canções: Infortúnio e ­Diversões Eletrônicas. Foi uma aparição. Que som era aquele? Arrigo não só atualizava o tropicalismo. Ele ia além, ao incorporar elementos da música erudita contemporânea na música popular. Em nenhum outro compositor brasileiro esse entrecruzamento se deu de maneira tão radical, tão intensa. É na obra do Arrigo que a linguagem da música popular se transforma, saindo do campo tonal e modal e percorrendo outros caminhos: a polirritmia, o serialismo, o atonalismo e o dodecafonismo.
Vanguarda Paulista. Assim fomos chamados – ele, eu e outros jovens artistas comprometidos com toda aquela renovação: Itamar Assumpção, Luiz Tatit, Ná Ozzetti, Vânia Bastos. Vivíamos o período sombrio da ditadura militar, atmosfera pesada, densa, sem perspectivas. Foi sob esse clima que, em 1980, Arrigo lançou seu disco de estreia, Clara Crocodilo. O álbum mistura elementos do rock e da música erudita contemporânea com a narrativa dos gibis e a crônica policial radiofônica, à moda de Gil Gomes. Também abraça o kitsch e o futurismo, disseminando seres monstruosos, marginais, que habitam uma ambiente tenso, de humor corrosivo, à beira do horror. O futurismo se evidencia, por exemplo, na máquina que canta em Office-Boy: “Ela era caixa num supermercado/ Todo dia ela só, só apertava os botões/ E aquelas máquinas cantavam”.
De um modo geral, os personagens das letras de Arrigo movimentam-se no espaço degradado das metrópoles modernas, violentas e desumanas, enfeitiçados por diversões baratas e eletrônicas. Entre as canções antológicas que ele assinou, destacam-se pelo menos outras três: Londrina, de extrema beleza, que arrancou elogios de Tom Jobim, a cósmico-existencialista Mirante e Cidade Oculta, em que a humanidade desencantada é salva por um androide romântico. Mais recentemente, no espetáculoCaixa de Ódio, Arrigo interpretou clássicos deprês do gaúcho Lupicínio Rodrigues de um jeito absolutamente original, estabelecendo pontes com a literatura, os quadrinhos e o cinema.

Música de câmara
A tarde finalmente chegou. Peguei um casaco e fui ver o tal ensaio. O que Arrigo estaria preparando? Logo de cara, em vez do Tonho Penhasco, do Duda Neves e do Paulo Braga, encontrei quatro belas e jovens instrumentistas: Mariá Portugal (bateria), Ana Karina Sebastião (baixo), Mônica Agena (guitarra) e Maria Beraldo Bastos (clarinete). Nome da banda? O Neurótico e as Histéricas. Nome do trabalho em gestação? Pô, Amar É Importante, título de uma canção que Arrigo e Tetê Espíndola gravaram juntos nos anos 80 e que, originalmente, faz parte do LP Como Essa Mulher, lançado em 1984 por Hermelino Neder, outro integrante da Vanguarda Paulista, e seu irreverente grupo, o Football Music. O disco, aliás, norteia todo o novo projeto. Influenciado pelas folksongs do italiano Luciano Berio, o álbum funde música popular com música de câmara e traz pérolas tão luminosas quanto Você Duvida?, que integrará o repertório do Neurótico e das Histéricas. Após uma temporada de shows, a banda entrará em estúdio.
O novo voo de Arrigo revela-se, por um lado, muito diferente do anterior, que espelhava a amargura de Lupicínio. A jornada, agora, é mais pop e divertida. No entanto, as marcas inconfundíveis do meu amigo continuam presentes: o deboche, a sátira e o humor negro, que nos permitem zombar de nossas próprias mazelas.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Alpine


Da Austrália para o mundo. A banda surgiu em 2009 e em agosto de 2010 já começaram a lançar singles que conquistaram diversos fãs no seu país de origem. Atualmente, já invade o mundo e seus vídeos são uma explosão de visualizações. Alpine utiliza em seus clipes não apenas seus sons envolventes, mas a mistura com o modo de gravar e o conjunto de imagens nos levam para outro mundo. Um mundo que se faz tão singular que é possível uma só pessoa retirar diversas interpretações de um simples gesto. E é isso que mais chama atenção, não é necessário nada escandaloso na banda, pelo contrário, eles abusam dos pequenos toques para chamar as maiores atenções para si. O clipe “villages” é uma prova disso quando já ultrapassa os 2 milhões de views. Entretanto, o clipe que mais prendeu a atenção foi “hands”, em que mostra em imagens o psicológico afetado pela prisão, quando as necessidades são postas sobre a mesa e as atitudes afetadas por essa “prisão” começam a vir a tona, como o tédio, os gestos grotescos, a ira, a luta por sobrevivência, o “deixar de lado” a ética e o cuidado consigo mesma e, por último, a expressão simples e forte do prazer. A banda australiana traz consigo diversos motivos para que se deem breves momentos de atenção até que nos apaixonemos pela banda. Confira abaixo o clipe “hands”:




segunda-feira, 13 de maio de 2013

Considerações sobre a Tradução: O Tradutor Literário precisa ser um Escritor?


Por Caio Peroni
Eu nem sempre apresento respostas objetivas às perguntas que proponho. Se quer saber, leitor, é esse o grande barato da vida. Ir dormir com um grande ponto de interrogação na cabeça. Por esse motivo, talvez você chegue ao final do texto sem uma resposta minha; talvez você precise formular a sua.
É fato, contudo, que, por mais que eu não faça o bolo, eu pelo menos dou a receita. Então, mãos à obra!
Chegará o dia em que discutiremos todas as questões a respeito da autoria do tradutor sobre a tradução, mas, para hoje, basta mencionar algo que deveria ser óbvio: o tradutor escreve a tradução. Claro! Mas, por ser o nome do autor do chamado “original” que grita na capa – o mais comum, salvo alguns casos mais específicos, é que o nome do tradutor apareça na folha de rosto –, a maioria das pessoas se esquece de que entre a publicação do livro no exterior e a prateleira de uma livraria brasileira há um profissional chamado tradutor.
A questão é que, ao se debruçar sobre um livro oriundo de uma cultura para transpô-la à sua (ou a qualquer outra), o tradutor não funciona como uma máquina – existem os famigerados tradutores automáticos, que já agem como máquinas, e me arrisco a dizer que com certeza falaremos sobre eles no futuro. Há um processo criativo (eis a palavra-chave!) exercido pelo tradutor no momento da transposição. Existem processos para todos os gostos: conheço tradutores que leem o texto na língua de partida (material chamado “original”) mais de uma vez antes de a tradução começar; já outros vão traduzindo à medida que leem e, depois, releem para garantir que todas as pontas se amarrem.
Não só de processo criativo e releitura é feita a tradução literária. Há muita pesquisa envolvida, também. Quando traduzi “The Raven”, do mestre Edgar Allan Poe, a barreira linguística não foi a única que encontrei. Poe injetou uma boa dose de mitologia religiosa nos célebres versos, e eu precisei me familiarizar com todas as referências para traduzir da maneira mais adequada.
Quantas semelhanças entre a criação literária e a atividade tradutória! Isso tudo nos permite pensar que o tradutor literário precisa, necessariamente, ser um escritor para atuar como tradutor literário?
Como eu mencionei no início, talvez eu não apresente uma resposta muito objetiva. Isso não significa, contudo, que não possa dar um parecer que ao menos soe plausível. Aí vai: se o tradutor literário não éum escritor, ao menos precisa saber como é ser um escritor. Entender a rotina, os anseios, as mais diversas trajetórias, o trabalho com a imaginação, os processos criativos.
Em poucos anos que tenho de prática literária, aprendi que poucas pessoas fora do ramo entendem o trabalho de um escritor. Portanto, o tradutor literário não precisa, necessariamente, sustentar uma carreira como escritor, dar palestras sobre seus livros e publicar regularmente. Ele precisa, contudo, ser capaz de bancar o escritor, pelo menos enquanto traduz.
Afinal, eu sempre pensei que a tradução literária pudesse ser classificada como um gênero. Temos o conto, a novela, o romance e (por que não?) a tradução. Eu diria, portanto, que o tradutor literário já é um escritor, mesmo que jamais venha a publicar um livro em que seu nome grite na capa.


Fonte

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Histórias de Amor por Carolina Ferraz


Maria Carolina Álvares Ferraz nasceu em Goiânia em 25 de janeiro de 1968, é atriz, bailarina, apresentadora, modelo brasileira e, às vezes, até escritora. Ficou conhecida nacionalmente depois das diversas atuações que fez nas novelas da Rede Globo, se mostrando irreverente e adaptada a qualquer tipo de personagem.

Falar de amor não é fácil, abrir o coração e contar aquele “pé na bunda” que levamos é mais difícil ainda. Descrever o que sentimos naquele momento de dor, de felicidade. No momento de chegada, no momento de partida. Essa é a proposta do canal da Carolina Ferraz que denomina-se “Histórias de Amor”. Que surgiu quando Carolina e sua amiga e prima e empresária Daniela Álvares resolveram “colecionar” história que falem sobre algum caso de amor na vida. Para tanto, a atriz criou alguns personagens para contar algumas histórias aleatórias, além de alguns convidados. As histórias variam desde aquele que nos invade a alma de tão profundo até o mais irreverente, nos roubando algumas boas gargalhadas. Um projeto simples, ainda modesto e que já rende mais de 100 mil views no youtube. Vale a pena conferir. Visite o canal.





terça-feira, 7 de maio de 2013

“O teatro é consequência do baixo nível de educação do brasileiro”

Mariana Marinho


Senhorita Júlia, peça escrita em 1887 por August Strindberg (1849 – 1912), é considerada um marco da dramaturgia naturalista. A obra aborda a disputa entre os sexos e as classes e a contradição entre pulsão erótica e realidade.
Encenada pelo Grupo TAPA, a peça ganha contornos de “peça-sonho”. Nela, a ação se desenvolve sob o olhar da cozinheira (Paloma Galasso), cuja presença, sempre atenta, confirma a máxima imortalizada por Jean Paul Sartre: “o inferno são os outros”.
“Strindberg, em um ponto da sua carreia, se enveredou por caminhos mais oníricos. Tratamos a peça, apesar do seu naturalismo, com elementos inusitados de um sonho”, explica Eduardo Tolentino de Araújo, diretor artístico do TAPA.
O espetáculo é o segundo a estrear na intervenção TAPA no Arena – Uma Ponte na História. Até dezembro, a ocupação trará para o palco do Teatro de Arena Êugenio Kusnet dezessete espetáculos do repertório do grupo e de convidados. O primeiro foi Breu, de Pedro Brício e direção de Maria Silvia Siqueira Campos e Miwa Yanagizawa.
Tolentino conta que existem pontos em comum entre as trajetórias do grupo e do Teatro. O Arena, inaugurado em 1953, foi berço de experimentações teatrais e é um marco da resistência contra  o período da ditadura militar brasileira. Por ele passaram dramaturgos como Augusto Boal e Plínio Marcos.
“Quando fazemos um projeto como esse, tentamos buscar um padrão de excelência e um diálogo com o público”, comenta Tolentino, que enxerga uma crise no teatro e na atual sociedade. “A qualidade do nosso desenvolvimento humano está muito baixa. O teatro pode ser um pouco à frente, como é a arte em geral, mas não tem como ir tão além”, completa.
Em entrevista concedida à CULT, Eduardo Tolentino fala sobre o TAPA, a sociedade e o teatro brasileiro.
CULT - Por que o nome Uma Ponte na História?
Eduardo Tolentino - Fazemos alguns traçados na história do Grupo TAPA e da trajetória do próprio Teatro de Arena. Essa ideia nasceu porque existem muitos pontos em comum entre o repertorio do TAPA e do Arena, como a abordagem de obras clássicas como A Mandrágora, que foi um sucesso em comum, além de autores como Martins Pena e Pirandello.
O que mudou no seu papel de diretor desde que começou no TAPA, em 1979?
Depois de quase 35 anos de TAPA, são várias mudanças de rumo ao longo do caminho. Mudanças do próprio país, mudanças dentro da gente. Sinto que estou numa fase muito estimulada. Se você me perguntasse isso há cinco anos eu não diria o mesmo. É um momento bastante rico para o TAPA. Acabamos de sair de um festival de verão com oito peças e estamos estreando essa ocupação.
Certa vez, você declarou que o teatro brasileiro de antes era muito melhor do que o de agora. Por quê?
Quando comecei a fazer teatro, ele se encontrava num outro patamar. Hoje, temos uma enorme quantidade de teatros, mas não temos qualidade de montagens e espetáculos. Não ampliamos na qualidade das interpretações, da dramaturgia, da direção.
Mas não dá para o teatro ser melhor do que o próprio país. O próprio declínio da educação fez isso com o teatro. Temos uma educação de massa, que em certo aspecto é interessante porque envolve muito mais gente. Mas a qualidade dessa educação tem reflexos sérios na sociedade em que vivemos. Ainda não estamos sentindo o preço disso no futuro. Observamos no presente.
O teatro é uma consequência disso. Do baixo nível de educação do brasileiro. A qualidade do nosso desenvolvimento humano está muito baixa. O teatro pode ser um pouco à frente, como é a arte em geral, mas não tem como ir tão além.
Como melhorar a formação do público que vai ao teatro hoje?
Mexendo na estrutura da educação do Brasil. Não adianta usar demagogia, dizer que as crianças estão na escola só para melhorar o IDH em relação aos outros países. Isso é só uma cifra. Temos que melhorar a qualidade desse ensino.  Não só por causa do teatro, mas porque as pessoas precisam ser mais potentes e capazes de enfrentar o mercado de trabalho.
Como o teatro pode sobreviver nessa sociedade deficiente de educação e pautada pela tecnologia?
Vivemos em uma cidade com cerca de 20 milhões de habitantes. Cerca de 200/300 mil pessoas vão ao teatro. Mas, ainda hoje, há pessoas que nunca foram ao teatro. A ocupação visa isso, também, introduzir as pessoas à linguagem teatral. Mas, sem dúvida, temos que nos atentar com relação ao futuro e à tecnologia.
No caso do jornalismo, por exemplo, uma coisa é um jornal impresso que cai na sua mão e você acaba lendo coisas que a princípio não eram do seu interesse e acaba se interessando por elas. Outra coisa é você, com uma massa de informação muito grande, pensar ver um blog sobre um assunto que não é do seu interesse.
É o mesmo com o teatro. Temos que pensar em outros mecanismos para captar esse público. Porque sem o público, o teatro não faz sentido. Temos que nos impor pela qualidade. Vi muita gente de bastante talento passar porque se acomodou e deitou no louro do talento. Nós só temos um caminho, e é o trabalho.
Você acredita, então, que o TAPA sobrevive até hoje por que nunca deixou de trabalhar?
O trabalho, a capacidade de se reinventar, andar por vários caminhos, trabalhar com atores antigos e novos, misturar tudo isso. Fazer caminhos para frente, para trás. Um grupo se mantém por vários motivos. Mas se sintetizássemos, sim: teríamos a ideia do trabalho como motor.
Você enxerga um teatro brasileiro pautado em atores-estrelas? Quais são os problemas decorrentes desse fazer teatral?
Quando o teatro brasileiro nasce no século 19, cria-se um mito do ator protagonista. Este mito foi rompido lá pela década de 1940, com os comediantes do Rio [de Janeiro] e alguns conjuntos, como o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), o Arena, o Oficina e grupos derivados deles. Porém, a televisão retornou com essa ideia do ator protagonista, da estrela. O que nada tem a ver com o teatro. O teatro enquanto ‘estrelar’ é um culto à personalidade e não ao teatro em si. Nós tentamos ser pós-modernos e somos pré-modernos e românticos. Isso é o declínio de que falo. O teatro brasileiro deu um grande passo para trás com isso.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Clarice Falcão, Monomania



O blog “acompanha café?” foi estreado falando justamente de Clarice Falcão, nada melhor do que ela para dar um pontapé nos trabalhos. Juntamente com alguns outros artistas, Clarice foi a revelação do ano de 2012. A atriz, cantora e roteirista, cativou uma gama de fãs com o seu jeito simples de fazer música, de fazer arte. Foi brincando com as palavras que ganhou espaço no cenário musical. Atualmente, o seu canal no youtube chega a quase dez milhões de visualizações, três vezes mais em relação a primeira postagem, não resta dúvidas do seu sucesso. Hoje, a pernambucana lança o seu álbum, que recebe o nome da sua música mais famosa Monomania, a estreia será no seu primeiro show como cantora, no Solar Botafogo, no Rio de Janeiro.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Crônicas, por Maitê Proença


Maitê Proença Gallo, filha de Margot Proença e Eduardo Gallo, nasceu em São Paulo em 1958. Durante a juventude, Maitê conheceu o mundo, em uma de suas viagens à Paris que teve o primeiro contato com as artes cênicas. Ao retomar ao Brasil, anos depois, por problemas familiares, ingressou no curso de teatro com Antunes Filho e começou a estudar roteiros para cima no Museu da Imagem e do Som. Foi quando recebeu o seu primeiro convite para se fazer presente na televisão, dessa vez, recebendo um convite do Jornalista Mário Prata, para um teste na TV Tupi. Sua estreia como atriz na televisão brasileira foi em 1979 com a novela Dinheiro Vivo, a partir daí Maitê foi um sucesso total. Atualmente, já carrega no seu currículo a participação em mais de quarenta novelas, mais de vinte filmes, mais de dez peças teatrais, sem contar a sua aventura que deu certo na literatura. Além de alguns romances já escritos, o que muito chama atenção é a sua coletânea de crônicas, em seu site, a escritora deposita os seus pensamentos sobre a vida, contando diversas histórias que mais parecem um diário, nos fazendo viajar no amor, na dor, na paixão, na idade que chega a perturbar. Maitê nasceu e vive para fazer história. Para ter acesso às suas crônicas, clique aqui.

Trecho de “Amor da Minha Vida”:

Meu amor tem de ter uns certos ciúmes, e reclamar quando eu precisar viajar pra longe. Pode se meter com minha roupa, com corte do cabelo, e achar que sou distraída e não sei dirigir. Quando ficar surpreso de eu ter chegado até aqui sem ele, afirmarei sem ironia, que foi mesmo por milagre. Este homem deve querer nosso lar impecável, com flores no jarro, e é imperativo que faça tromba quando não estiver assim. Ele irá me buscar no trabalho e levará direto pra casa, nada de madrugadas na rua! Desejo enfim que meu amor me reprima um pouco, e que me tolha as liberdades - esse vôo alucinante e sem rumo, anda me dando um cansaço danado.