Elizabeth Woolridge Grand ou Lana Del Rey (como é conhecida popularmente) é uma cantora norte-americana, de 26 anos de idade, que lançou neste ano o seu segundo álbum "Born To Die". A cantora de todos os tempos, invade o indie, o hip-hop e o próprio pop para construir as suas músicas. Além do nível de qualidade altíssimo nas suas composições e construções musicais, é marcante a excelente adequação dos seus clipes às letras das músicas. Variando de gravações no estilo "caseiro" (como no clipe "Video Games" e "Carmen") até uma produção mais voltada ao pop. Apesar disso, o que mais me chama a atenção são os focos no seu rosto, fazendo o telespectador sentir com ela todos os seus medos, angústias, quando está assustada ou perdida (sendo estas suas expressões mais comuns, o que faz todo sentido quando você esmiúça suas composições). Lana não surge, ela ressurge balançando as estruturas do mundo pop. A sua completa transformação (muito além de uma simples mudança de nome) não foi apenas uma jogada de marketing (que por sinal funcionou), mas também uma grande evolução na sua carreira de forma artística.
Por último, gostaria de exaltar um dos seus clipes "Blue Jeans", que é simplesmente incrível. Além da produção e da fotografia, a história contada por meio de expressões e gestos vai além do que os olhos podem ver. Lana mergulha com o crocodilo (literalmente), desafia seus medos, que neste caso é associado ao seu amor, a sua paixão, que se encarna comumente no típico "cara mau", aquele que te atrai e te desafia. A construção da história mostra a cantora assim, entregue aos seus desejos e se desafiando, com expressões de desconforto, porém delicadas. A meu ver, Lana Del Rey não é um simples produto adequado ao capitalismo musical (como alguns sugerem), ela vem como uma cantora completa.
Assista ao clipe "Blue Jeans":
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