A cultura tinha como escopo inicial a demonstração crítica de forma artística dos problemas sociais da época em que foi produzida ou até mesmo questões psicológicos do artista. Pouco se vê hoje a música e as obras de arte (por exemplo), sendo palco de reflexões sobre o social, tudo bem que se analisarmos a história, o período mais forte na produção crítica musical do Brasil foi o período ditatorial, no qual os artistas depositavam nas suas composições toda a repressão pela qual estavam enfrentando. Hoje não há tanta censura como antes (é fato), contudo os problemas não morreram, a crítica expressada na arte parece que está indo por esse caminho, o que se vê é uma cultura de massa invadindo um mundo artístico e o transformando em um universo de puro entretenimento. Extraindo pensamentos alheios, pode-se dizer que a cultura se tornou um "ativo no mercado financeiro", ou seja, abriu mão da sua autonomia crítica e particular, para se tornar uma celebração do mundo capitalista, basta observar a quem hoje pertence os melhores acervos de arte contemporânea: os bancos. Por fim, digo com tristeza, a arte hoje está ao lado de qualquer outro produto capitalista e qualquer outro ativo (como a bolsa de valores, mercado imobiliário etc.).
A cultura nunca foi apenas uma demonstração artística. A arte está presente na cultura de um determinado local, mas a cultura em si é toda a junção de leis, pensamentos, hábitos, mostras artísticas, culinária, gírias (...) de uma sociedade.
ResponderExcluirVocê, ao mesmo tempo que crítica a tal da cultura popular (ou "de massa", mas prefiro "popular"), escreve críticas positivas sobre Mallu Magalhães, Los Hermanos, Caetano, Luiz Gonzaga, Beatles (uma das bandas mais influentes de todos os tempos), Clarice Falcão (a nova moda entre os adolescentes) e por ai vai. Isso é um tanto quanto contraditório. Essas bandas/cantores estão recebendo ou receberam total atenção da mídia. Mallu Magalhães estourou, esteve trilhões de vezes na Globo. Caetano e Luiz Gonzaga já se enraizaram em nossa cultura. Os Beatles eram aclamados no mundo inteiro. Clarice Falcão esteve a passos (ou conseguiu, não sei) entrar no VMB (programa da MTV, nem preciso falar nada...). Los Hermanos teve praticamente todos os dias de sua última turnê esgotados.
O mal da nossa sociedade é julgar TUDO que é popular como ruim, pobre. E se aparece algo realmente bom os xiitas logo se prontificam a falar que "não faz parte da cultura de massa".
Só pra constar: com algumas poucas leituras você perceberia que a arte (todas as movimentações artísticas, principalmente as artes plásticas citadas por você no fim de seu texto) SEMPRE foram parte importantíssima do nosso mundo capitalista. Hoje em dia se os principais acervos estão sobre o poder dos bancos, antigamente era da Igreja. A arte só não era vista totalmente como mercadoria quando ela tinha outros objetivos que iam além da mera apreciação, ou seja, quando ela atuava como meio de comunicação e coisas assim.
Uma dica: não trate o cantor/pintor comercial como alguém que faz um desfavor para a sociedade. Arte é profissão, assim como ser jornalista também é. No fim do mês TODOS esperam pela remuneração (até mesmo seus tão aclamados artistas "não"-comerciais).
Outra dica: coloque um botão de "não gostei" ao fim do post.
Mais uma dica: se você tem alguma real pretensão de ser uma jornalista de verdade em algum jornal de grande circulação, por favor, se informe mais sobre o que pretende escrever.
J.
Quanta falta de estudo e conhecimento...
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