terça-feira, 18 de setembro de 2012

Interagindo Com o Leitor

As primeiras demonstrações artísticas surgiram sim sem pretensões e com o passar do tempo ela ganhou moldes críticos, políticos, demonstrações do cotidiano, do social, ganhou o mundo do entretenimento, conquistou a população. É uma enorme linha histórica que traz as mudanças no objetivo central da arte, fato que não cabe a minha pessoa discutir o que se passa na cabeça de quem compõe, canta, pinta ou escreve. Aqui é repleto de sugestões e críticas que são escritas baseadas em meras opiniões do dono do texto, custe o que custar, a honestidade vem em primeiro lugar. 

Mas antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer algo sobre o que constantemente denomino de "cultura de massa" (ou cultura popular - se assim preferirem), neste termo deposito todo aquele produto que consideram arte (englobando música, escrita, pintura etc.), mas que está sujeito aos desejos do capitalismo, ou que ficam subservientes às necessidades de um público, esquecendo os seus próprios elos criativos. Logo, muitos poderiam (e consideram) Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, Clarice Falcão entre outros, "cultura de massa", ao meu ver em nenhum momento eles elevaram os desejos do público às suas próprias convicções, basta escutar suas músicas e comparar, o mesmo ocorre com os livros de Chico Buarque. Não critico ritmos, vertentes de livros, assuntos em especial ou a pincelada abstrata. Apenas, levo a público as minhas impressões de um presente que me entristece, não vejo uma grande parte da música de qualidade ser levado à tona pelos meios de comunicação de maior influência, tais cantores só aparecem mesmo quando caem no gosto popular, como está sendo o caso de Tulipa Ruiz. 

Outro fato para exemplificar sobre o produto de mercado, cito o meu gosto por Lady Gaga, que para alguns mais mercadológico não poderia ser, contudo discordo desse ponto de vista precipitado. Conhecendo um pouco do seu trabalho poderia dizer sim que ela chegou querendo agradar a indústria pop (e agradou), mas quem acompanha pode notar uma cantora autêntica e que saiu das amarras do capitalismo musical. Não acredito que tudo que é "popular" (ou mercadológico) seja ruim, pelo contrário, sou uma grande ouvinte dos hits dançantes da Katy Perry (a mesma que não consegue cantar ao vivo sem desafinar), na verdade, a considero uma ótima performer e a escuto constantemente sem nenhuma hesitação, como também escuto Maria Gadú (outra que se rendeu ao grande apelo popular). Não condeno esse emprego do entretenimento, não acho que seja ruim, nem pobre, pelo contrário, ele se mostra forte, necessário para a população e bastante rentável (coisa rica mesmo), contudo a opinião de que é só um emprego e entretenimento (e não arte) permanece. Não falta qualidade nos produtos comerciais, falta, apenas, arte.

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