A escritora e jornalista ucraniana,
declaradamente pernambucana, nasceu em 1920. Firmou-se no cenário literário
escrevendo contos e romances com a temática existencial e psicológica, que teve
como foco a exploração do íntimo dos seus personagens, em especial as figuras
femininas. Em suas obras é evidente a base fincada em sensações, memórias e
pensamentos do personagem, invadindo cada detalhe que se passa nos lugares mais
profundos de uma pessoa, fazendo, dessa forma, com que nos identifiquemos com
as suas criações. A sua tática de escrita apresenta um domínio que poucos
conseguem, quando transforma uma prosa em quase poesia, na utilização de
metáfora, sinestesias e demais recursos que, ao lermos Clarice, temos a
impressão de estar cantando uma música acobertada da mais bela harmonia. Proporcionando-nos,
destarte, não apenas o conteúdo denso (que é bastante), mas também um extenso
valor artístico. Outro ponto que não se passa batido em suas obras é o choque
entre os valores da época, enraizados em um moralismo perturbador, para com o
desejo de libertação que os seus personagens traz consigo, nos fazendo lembrar,
por vezes, da eterna Jane Austen. A autora, com o talento que deposita em suas
obras, conseguiu invadir diversos mercados. Recentemente, ganhou uma importante
premiação norte-americana “Melhor Livro Traduzido nos Estados Unidos” dentro da
categoria de ficção, isso só confirma as palavras acima proferidas. Que este
nome jamais seja esquecido, Clarice Lispector.
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