quarta-feira, 24 de abril de 2013

Lispector


A escritora e jornalista ucraniana, declaradamente pernambucana, nasceu em 1920. Firmou-se no cenário literário escrevendo contos e romances com a temática existencial e psicológica, que teve como foco a exploração do íntimo dos seus personagens, em especial as figuras femininas. Em suas obras é evidente a base fincada em sensações, memórias e pensamentos do personagem, invadindo cada detalhe que se passa nos lugares mais profundos de uma pessoa, fazendo, dessa forma, com que nos identifiquemos com as suas criações. A sua tática de escrita apresenta um domínio que poucos conseguem, quando transforma uma prosa em quase poesia, na utilização de metáfora, sinestesias e demais recursos que, ao lermos Clarice, temos a impressão de estar cantando uma música acobertada da mais bela harmonia. Proporcionando-nos, destarte, não apenas o conteúdo denso (que é bastante), mas também um extenso valor artístico. Outro ponto que não se passa batido em suas obras é o choque entre os valores da época, enraizados em um moralismo perturbador, para com o desejo de libertação que os seus personagens traz consigo, nos fazendo lembrar, por vezes, da eterna Jane Austen. A autora, com o talento que deposita em suas obras, conseguiu invadir diversos mercados. Recentemente, ganhou uma importante premiação norte-americana “Melhor Livro Traduzido nos Estados Unidos” dentro da categoria de ficção, isso só confirma as palavras acima proferidas. Que este nome jamais seja esquecido, Clarice Lispector.


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