Conhecer a vida de Lolita Pille ajuda a entender "Hell Paris 75016", sua primeira obra. Talvez o livro seja até uma autorreflexão da escritora, diante da sua adolescência na amada e badalada Paris. Na qual mostra o lado obscuro de uma jovem rica (que no fim das contas é ela própria, aos 18 anos de idade), que vive de festas, muitas compras, restaurantes que estão "bombando", vícios, drogas, álcool e sexo. Seja biográfico ou não, a obra é apaixonante, mesmo lhe trazendo um enorme desconforto diante da vida perturbada da personagem. Logo de início, espantando os castos hipócritas, Lolita arrebata "Eu sou uma putinha. Daquelas mais insuportáveis; da pior espécie. Meu credo: seja bela e consumista". Por aí você já pode sentir o que se espera da obra. Lolita não apenas escreve, ela também vomita verdades que são ilícitas ao senso comum.
No Brasil, o livro foi adaptado para a peça, estrelada por Bárbara Paz, abaixo o trailer:
Até onde vai o egoísmo humano em busca da realização pessoal? Até onde se mente, se fode, se cheira, para sentir o social conceito de felicidade? Até onde o dinheiro pode ser nosso milagre, pode ser nossa maldição? Até onde o amor pode ser a nossa derradeira panaceia? E sem ele...há a imediata morte de si? Até onde? Lolita, debruça-se sobre clichês, mas é extrema ao usar seu realismo marginal para escalpar deveras a literária natureza humana. E é com essa pessoalidade que receamos a nos encarar plenamente no espelho.
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