terça-feira, 26 de novembro de 2013

[Postagem do Dia] Foucault e Sexualidade

Michel Foucault foi um filósofo francês do século XX que estudou e escreveu durante a sua vida, principalmente, a filosofia do conhecimento, desde a “história da loucura” até “história da sexualidade”, indo de frente e contrariando os entendimentos da psiquiatria e psicanálise vigente na época.

O primeiro livro da trilogia “história da sexualidade” foi a “a vontade de saber”; argumentando, em pleno ano de 1976, severas críticas à psicanálise, associando-a aos tradicionalismos do catolicismo e da sociedade de poder (momento de ascensão e firmamento da burguesia capitalista). Um tanto ousado e polêmico se contrapor a verdades tidas como absolutas, justamente em uma fase de tanta repressão sexual, momento em que se sobrepujava qualquer tipo de manifestação que contrariasse o binário e jogava tais práticas em casas de prostituição (perversão) ou hospitais psiquiátricos (loucura/doença). Nesta primeira obra, o filósofo levanta os seus primeiros questionamentos e métodos.

Em “o uso dos prazeres” o segundo volume da obra, apesar do título sugerir um noção mais ligada ao desejo, ao carnal, Foucault arrebata que o seu interesse ao estudar a sexualidade está fincado nas suas preocupações no campo histórico e, em seu último capítulo, trata do “amor”, primeiramente tecendo mais uma crítica ao ideário cristão-moderno, no qual o amor é associado à relação homem-mulher, bem como mostrando que a prática sexual está intimamente ligada ao domínio da prática moral e sendo condicionada por esta.

Finalizando sem realmente finalizar (devido aos problemas de saúde que resultou em seu falecimento no ano de 1984), o seu último estudo da trilogia foi o “cuidado de si”. Associando o título à política, pedagogia e o conhecimento pessoal, temos as bases dos seus últimos ensinamentos, nesta acepção, saindo das formulações teóricas e adentrando a prática, na qual o ser deveria se examinar, se colocar a prova, controlar-se ou não, definir-se a partir de modos de viver e agir. A última obra aparece, deste modo, ligado a uma espécie de (libert) ação, em modos de trocas, aprendizagens e obrigações recíprocas para com o outro.


Foucault requer não apenas uma leitura simples e superficial, necessário se faz analisar, estudar, buscar nas entrelinhas, críticas e conceitos o real discurso que por ele está sendo proferido e argumentado. 

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