Michel
Foucault foi um filósofo francês do século XX que estudou e escreveu durante a
sua vida, principalmente, a filosofia do conhecimento, desde a “história da
loucura” até “história da sexualidade”, indo de frente e contrariando os
entendimentos da psiquiatria e psicanálise vigente na época.
O
primeiro livro da trilogia “história da sexualidade” foi a “a vontade de saber”;
argumentando, em pleno ano de 1976, severas críticas à psicanálise,
associando-a aos tradicionalismos do catolicismo e da sociedade de poder
(momento de ascensão e firmamento da burguesia capitalista). Um tanto ousado e
polêmico se contrapor a verdades tidas como absolutas, justamente em uma fase
de tanta repressão sexual, momento em que se sobrepujava qualquer tipo de
manifestação que contrariasse o binário e jogava tais práticas em casas de
prostituição (perversão) ou hospitais psiquiátricos (loucura/doença). Nesta primeira
obra, o filósofo levanta os seus primeiros questionamentos e métodos.
Em
“o uso dos prazeres” o segundo volume da obra, apesar do título sugerir um
noção mais ligada ao desejo, ao carnal, Foucault arrebata que o seu interesse
ao estudar a sexualidade está fincado nas suas preocupações no campo histórico
e, em seu último capítulo, trata do “amor”, primeiramente tecendo mais uma
crítica ao ideário cristão-moderno, no qual o amor é associado à relação
homem-mulher, bem como mostrando que a prática sexual está intimamente ligada
ao domínio da prática moral e sendo condicionada por esta.
Finalizando
sem realmente finalizar (devido aos problemas de saúde que resultou em seu
falecimento no ano de 1984), o seu último estudo da trilogia foi o “cuidado de si”.
Associando o título à política, pedagogia e o conhecimento pessoal, temos as
bases dos seus últimos ensinamentos, nesta acepção, saindo das formulações
teóricas e adentrando a prática, na qual o ser deveria se examinar, se colocar
a prova, controlar-se ou não, definir-se a partir de modos de viver e agir. A última
obra aparece, deste modo, ligado a uma espécie de (libert) ação, em modos de
trocas, aprendizagens e obrigações recíprocas para com o outro.
Foucault
requer não apenas uma leitura simples e superficial, necessário se faz analisar,
estudar, buscar nas entrelinhas, críticas e conceitos o real discurso que por
ele está sendo proferido e argumentado.
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